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A Viagem – RP Oficial (Os 100)

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Mensagem por The Reality Dom Nov 30, 2014 6:13 pm

PRIMEIRO DE DEZEMBRO DE 2232
ARCA – ESTAÇÃO DA PRISÃO

PARTE I – A VIAGEM

As celas foram abertas. Não pelo motivo que seus prisioneiros acreditavam, mas por uma situação que ia muito além do conhecimento da maioria ali dentro. Sem responder perguntas, ou comentar sobre qualquer coisa os guardas que adentravam o pequeno cômodo da prisão arrastavam os delinquentes para o lado de fora, para o corredor iluminado que muitos não viam há muito tempo. Até mesmo alguns que viviam na solitária foram retirados de lá. Toda a cena, ao olhar dos jovens escoltados, parecia muito com uma execução em massa. E, de certo modo, era aquilo o que estava acontecendo.

Eles foram encaminhados por vários corredores, alguns que desconheciam a existência de, pararam de caminhar somente quando chegaram há uma enorme porta de metal. Em frente à ela o Chancellor emitia um sorriso convidativo junto com os outros membros do conselho.

Alguém grunhiu de forma abafada e pareceu se debater.  Esta era Kalista Cheng, uma das pessoas que passara muito tempo na solitária, e não apenas isso como também presa por uma camisa de força. Kalista ainda estava presa, amarrada em uma espécie de cadeira de rodas até os pés, com sua boca amordaçada por um objeto de metal que cobria seu queixo até seu nariz. O Chancellor a olhou por um segundo e o seu sorriso desapareceu, porém logo ele assumia a máscara de pessoa amigável novamente.

— Meu caros, vocês estão aqui com um propósito: você foram os escolhidos. — Ele disse como se aquilo fosse a coisa mais maravilhosa do mundo. — Vocês irão para a Terra com a missão de saber se ela é habitável novamente, para que nosso povo todo possa descer até lá; para que a raça humana possa, por fim, continuar no planeta em que começou, e não no espaço. O crime de vocês será perdoado e vocês serão reconhecidos como aqueles que salvaram a nossa espécie. — Os olhos do Chancellor pareceu pousar sobre determinadas pessoas, aqueles que atentaram contra sua vida e/ou contra a vida de pessoas de Phoenix. Seu olhar não mais tão amigável. — Até os mais hediondos crimes serão perdoados por mim. Há um mapa na nave o qual os levará até Mount Weather, uma instalação militar onde vocês poderão encontrar mantimentos. Isto é o mínimo que posso fazer, a sobrevivência de vocês na Terra, porém, está em suas próprias mãos.

Um guarda apertou um botão e o portão da nave se abriu.

Os guardas levaram todos os 100 para dentro do local, indicando onde estavam seus assentos e prendendo-os neles. Alguns dos guardas desejando boa sorte às crianças, outros apenas os ignorando como se nem ao menos estivessem ali. A última pessoa a ser colocada dentro da Exodus fora Kalista, ainda amarrada, só retiraram sua mordaça quando ela já estava presa ao banco. Depois que todos estavam acomodados, os guardas passaram em seus bancos prendendo em seus pulsos uma pulseira, e injetando com uma seringa em seus pescoços um líquido transparente, o qual eles não disseram a funcionalidade.

Os guardas se retiraram, o portão foi fechado com sons altos de engrenagens. Em telas de TV por toda parte o rosto do Chancellor surgiu. Um último sorriso.

May we meet again.

ADENDOS E DIRETRIZES:

Merely the sound of your voice made me believe that, that you were her just like the river disturbs my inner peace. Once I believed I could find just a trace of her beloved soul, once I believed she was all then she smothered my beliefs.



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Mensagem por Blake Carter Dom Nov 30, 2014 7:55 pm



Let's start this shit
Back to Earth was never an option but...


1 DE DEZEMBRO DE 2232
ESTÁVAMOS NA ARCA
I PARTE – A VIAGEM

Os dias naquela prisão se passavam tão rápido e eu os contava. Logo o temido aniversário chegaria, no dia 25 e, então, eu seria executado. Como meus pais, executado por algo que não cometi. Executado pelo meu altruísmo, o meu maldito jeito de colocar pessoas acima de tudo. Lá estava eu, refletindo sobre meus atos do passado enquanto pregava os olhos no teto de minha cela.

— O que diabos... — Murmurou meu colega de cela, levantando-se e indo até a entrada, tentando observar o que acontecia do lado de fora.

Levantei a cabeça, não entendo o que ele queria dizer. Foi então que ouvi o caos que era iniciado do lado de fora e eu sabia que algo estava para acontecer, percebi alguns presos sendo levados por guardas. Seríamos executados antes do tempo? Não que eu me importe, a morte era mais acolhedora do que a Arca e seus ratinhos. Um homem forte e alto adentrou nossa cela, mandando Josh se afastar. Outro apareceu logo em seguida.

— Novidade, princesas: vocês vão sair. — 'Explicou', virando meu colega de cela de modo bruto e prendendo-o para que não fugisse. — Sua vez, marrento.

— O que vão fazer? — Perguntei ao me levantar, mantendo certa distância do guarda.

— Não me questione, moleque. — Ele se aproximou com o intuito de me prender. Mas eu não era animal, não o deixaria encostar um dedo em mim. Tudo bem, talvez eu não estivesse com tanta vontade de ser executado.

Enquanto ele se aproximava, desferi um soco dianteiro em seu rosto, acertando em cheio seu nariz. O outro travava uma batalha com Josh, que se debatia para fugir -- assim como outra garota, desconhecida, ela gritava e xingava --, porém ao perceber o que acontecia dentro da cela, chamou reforço rapidamente. Eu, por outro lado, não me importava com o fato de que seria eletrocutado e continuava com o ato, minha mão ficava suja do sangue daquele imundo. Então, dessa vez, senti algo atingindo meu rosto, eu estava no chão e logo em seguida um choque.

Prenderam minhas mãos, eu odiava aquilo, ser tratado como algo que não era. Éramos levados até corredores do qual a maioria nem mesmo tinha conhecimento, aos poucos todos se reuniam em um único local. E, também, aos poucos recuperava os sentidos, ainda apoiado na parede, sentindo a maldita dor que percorria todo meu corpo. O Chanceler, lá estava ele com seu sorriso peçonhento e descarado, falso amigo do povo. Não deixei de expressar um semblante de ódio ao vê-lo, focando minha visão apenas nele. Não sabia o objetivo daquilo, mas logo que todos foram levados, o velho começou seu discurso convidativo -- assim como eram os outros.

— Meu caros, vocês estão aqui com um propósito: você foram os escolhidos. — Começou, tentando transmitir aquilo como uma novidade do tipo boa. — Vocês irão para a Terra com a missão de saber se ela é habitável novamente, para que nosso povo todo possa descer até lá; para que a raça humana possa, por fim, continuar no planeta em que começou, e não no espaço. O crime de vocês será perdoado e vocês serão reconhecidos como aqueles que salvaram a nossa espécie. — Parou por um momento, retomando o sorriso e o discurso sem demora, logo depois. — Até os mais hediondos crimes serão perdoados por mim. Há um mapa na nave o qual os levará até Mount Weather, uma instalação militar onde vocês poderão encontrar mantimentos. Isto é o mínimo que posso fazer, a sobrevivência de vocês na Terra, porém, está em suas próprias mãos.

Passava as mãos na região que outrora havia sido eletrocutada, com o desejo inútil de aliviá-la. Meus olhos, por outro lado, procuravam por alguém em especial: Alex. No meio de tantos prisioneiros, seria difícil encontrá-lo. Ele estava entre nós? Por um lado torcia para que sim, voltaria a ver meu irmão; por outro, imaginava se ficar na Arca não seria mais seguro. Enquanto o procurava, observei por alguns momentos a garota amordaçada. Kalista, a da solitária. Me perguntava o que ela teria feito de tão ruim para ser tratada pior do que qualquer um ali.

— Mexa-se, verme. — Ordenou o homem que eu havia socado, ainda aparentando dor por conta do nariz.

Ignorei o empurrão do maldito, caminhando para dentro da enorme porta de metal. Haviam assentos, posso dizer, todos foram colocados em seus respectivos lugares. Percebi que, logo abaixo do meu, haviam alguns pertences -- provavelmente pessoais -- para a viagem. Não tive muito tempo para descobrir o que seriam, haviam me soltado, porém estava preso pelo cinto do assento. Eu escutava murmúrios vindos de toda a nave. Logo após todos serem colocados em seus lugares, eles voltaram com um tipo de bracelete ou pulseira e uma injeção, o líquido era transparente e desconhecido por mim. Altos sons de engrenagens e o portão se fechou, o rosto do Chanceler aparecendo em várias telas de TV pela Nave. Ele disse algo, talvez um adeus, se tivéssemos sorte.

KALISTA, NICE TO MEET YOU

Estávamos na Terra? O tal planeta lar de nossos ancestrais? Não dava pra saber, o portão ainda estava fechado, embora alguns apressados se segurassem para não apertarem o botão. Mas estava tudo sob controle, um deles dava ordens -- recebendo ordens no céu e na terra, olha só -- para que não o fizessem tão rápido. Me soltei do que me prendia, exercitando os membros logo em seguida, a viagem havia sido dura. Procurei por Alex imediatamente, contudo, a garota da mordaça novamente chamara minha atenção. Cem pessoas e nenhuma poderia ajudá-la a se soltar?

— Ei, vou te ajudar com isso. — Falei, primeiramente tirando o que a impedia de falar. Como poderiam tratar alguém daquele modo? Em seguida retirei o que restava, deixando suas mãos e pés livres até que, por fim, estivesse solta de seu assento. Ajudei a levantar-se, deixando-a logo em seguida. Precisava procurar por meu irmão, até que: os sons de engrenagens novamente.

O portão se abrira, algo me impedia de olhar o que acontecia, era um brilho forte, uma luz que preenchia todo o interior da nave. Era a natureza. Incrível, esplêndida, como meu pai havia comentado nas escrituras que vez ou outra lia para mim. Um lugar totalmente verde, o silêncio reinava. O garoto que antes dava ordens desceu da nave, com cuidado, não sabia o que aquele belo lugar escondia de perigoso. Todos o fitaram, até outra garota descer e então...

— We're back, bitcheeeees!


Última edição por Blake Carter em Seg Dez 01, 2014 2:52 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Thea Winbledeaux Dom Nov 30, 2014 8:18 pm



we belong way down below
thea is at the space ship with all the other 100 prisioners. she wears t h i s and is not confused at all.

"mamãe passou açúcar em mim"
Obs: As roupas que estão ali na parte do hover são as que a Thea encontrou no baú embaixo de sua cadeira. No post ela está vestido o mesmo que todos os outros prisioneiros.


D
epois de tanto tempo sentada em uma cela minúscula, escrevendo em um caderno até meus dedos sangrarem, nunca pensei que ficaria desapontada com uma mudança de rotina. Há poucos meses atrás, ainda ficava animada quando os guardas vinham me visitar, sem nem ligar pelo motivo desses encontros. Obrigação, desejo, pena, raiva. Qualquer emoção de outro ser humano era bem vinda, desde que me fizesse sentir de volta. Agora, quando finalmente alguma coisa diferente acontecia, tudo em que conseguia pensar era na falta de criatividade do Conselho. Sério, apenas uma porta se abrindo? Esperava algo mais dramático, afinal, eles sempre se destacaram no quesito "vamos fazer uma cena".

Enquanto as travas se soltavam com um barulho que lembrava um pum, olhei para a parede atrás de mim e comecei a pensar, repassando imagens em minha cabeça. Se o que estava para acontecer era algo presente nos relatórios que eu li, queria estar preparada. Antes que pudesse chegar à uma conclusão sobre como seria o meu destino depois que pisasse para fora dessa cela, três guardas invadiram o espaço apertado e agarram meus braços. Não lutei, até me tocar. O caderno, consegui pensar em meio ao caos. Comecei a espernear e a me debater, distraindo os homens do objeto de capa dura em cima da minha cama. — Me soltem agora, filhos da puta! Vocês não podem fazer isso! — Enfiei os dentes no ombro de um deles, que urrou de dor. Consegui me soltar o suficiente para empurrar a armação de metal, derrubando-a. O colchão gasto caiu em cima de minhas anotações, assim como planejava. Por enquanto, eu estava segura.

Vadia suja... — Ouvi o homem que feri murmurar, enquanto me apertava com mais força e me puxava para fora da cela. Em um movimento certeiro, acertou-me na barriga com uma arma tipo teaser, e uma onda de choque me fez despencar no chão. Tão rápido quanto comecei a brigar, parei, para sua surpresa. Depois que consegui levantar, segui-os de maneira tranquila, em paz, certa de que, no máximo, iriam me flutuar. Eu não tinha medo da morte, não depois de descobrir os horrores que vivem nessa nave, escondidos atrás de sorrisos amarelos.

Assim que saímos para o corredor, uma onda de compreensão me atingiu. Estava acontecendo.

Outras portas da seção da solitária se abriam, mostrando prisioneiros como eu sendo arrastados por guardas como os meus. Consegui trocar um olhar tranquilizante com alguns deles, tentando dizer que tudo ficaria bem. Dessa vez, estávamos realmente indo para um lugar melhor. Nada, a não ser um projeto em especial, faria o Chancellor libertar tantos jovens ao mesmo tempo. Se minha linha de raciocínio estivesse correta, nosso próximo destino era a Terra.

Os homens armados que me arrastavam aceleraram o ritmo, cruzando os mesmos corredores que percorri quando fui trazida para cá. Direita. Direita. Esquerda. Elevador. Esquerda. Direita. Reto. Até aí tudo bem, me recordava desse caminho. Enfim viramos no próximo corredor, e entramos em uma sessão em que nunca estivera antes. Deve ser um caminho alternativo para o hangar. Interessante.

Quando finalmente chegamos ao nosso destino, não pude conter uma exclamação. Eles realmente tinham reunido 100 infelizes, exatamente como dizia o arquivo. A multidão de jovens se aglomerava perto da entrada de uma das naves auxiliares, cada um acompanhado de um guarda. Pelo que pude perceber, apenas aqueles da solitária estavam escoltados por três. Corri os olhos pela multidão, curiosa, e parei sobre o Chancellor, que se preparava para um de seus discursos idiotas. — Babaca — Sussurrei, e fui repreendida por uma cotovelada nas costelas. Levantei as mãos como quem se rendia e soltei uma risada de escárnio, mesmo sem fôlego.

O ar estava carregado de uma intensidade tão forte que não consegui me conter. Aquilo era cheiro de ódio. Chegava a ser lindo ver tantas pessoas unidas por um inimigo em comum.

Meu caros, vocês estão aqui com um propósito: você foram os escolhidos. — Ele começou, e eu segurei o riso com mais vontade. Se o interrompesse iria apanhar, e precisava estar inteira para a viagem que estávamos prestes a fazer — Vocês irão para a Terra com a missão de saber se ela é habitável novamente, para que nosso povo todo possa descer até lá; para que a raça humana possa, por fim, continuar no planeta em que começou, e não no espaço. O crime de vocês será perdoado e vocês serão reconhecidos como aqueles que salvaram a nossa espécie. — Alguns sussurros surpresos se fizeram ouvir. Enquanto observava a multidão, encarei um rapaz que parecia estar quase se divertindo. Lancei-lhe um sorriso, pois minha intuição dizia que também sabia o que estava acontecendo. Pisquei de maneira irônica para ele e voltei-me para o velho no púlpito, antes de ver a reação do rapaz. — Até os mais hediondos crimes serão perdoados por mim. Há um mapa na nave o qual os levará até Mount Weather, uma instalação militar onde vocês poderão encontrar mantimentos. Isto é o mínimo que posso fazer, a sobrevivência de vocês na Terra, porém, está em suas próprias mãos.

Não consegui me controlar. Juro que tentei, mas não consegui. Aproveitando a distração dos guardas com o discurso, me movi o suficiente para bater algumas palmas fortes e decididas, quebrando o silêncio. Os brutamontes me acertaram novamente com a arma de choque, porém me mantive firme no lugar, engolindo a dor. Não ia dar ao Chancellor o luxo de me ver cair.

Em instantes a agitação voltou, e todos começaram a trabalhar. Aos poucos os prisioneiros foram levados para a nave, como um rebanho de ovelhas. Enquanto era guiada para meu lugar, passei por uma garota oriental, amarrada em uma cadeira de rodas e presa em uma camisa de força. Impotente daquele jeito ela parecia um animal preso, o que liberou uma descarga de fúria para a qual eu não estava preparada. Como podem nos tratar assim? Estava prestes a realizar alguma besteira - sabe-se lá qual - quando uma mão forte tocou meu ombro.

Boa sorte, Theacup — Harvey, o guarda que me presenteara o caderno, sussurrou em meu ouvido, enquanto passava pela entrada do veículo espacial. Tentei me virar para encará-lo uma última vez, sem sucesso. — May we meet again! — Gritei por cima do ombro, sendo arrastada para uma das fileiras ao fundo. Os homens me prenderam de maneira agressiva na cadeira, colocaram a pulseira de monitoramento corporal descrita no relatório e injetaram algo frio no meu braço direito. Essa última parte me pegou completamente de surpresa. - Mas que bosta... Ei, o que fizeram comigo? — Eles riram e partiram, deixando-me sozinha com minha confusão.

Existem poucas coisas que odeio mais do que não saber o que está acontecendo.

Alguns minutos depois, os guardas prenderam uma garota ao meu lado. Assim que saíram, consegui me virar e vê-la. Parecia delicada, suas feições levemente familiares. — Você está bem? Não te machucaram, certo? — Um tremor me fez calar a boca. As portas da nave começaram a se fechar, deixando para trás o único mundo que eu conhecia. Mesmo sabendo que sentiria falta de meus pais, nunca estive tão feliz na vida.

* * *

A nave pousou de maneira delicada como um elefante de patins. Tudo tremia, até que finalmente paramos. Comecei a tatear meu colo, louca para me libertar desse cinto claustrofóbico. Assim que me soltei, tentei me levantar, porém bati o pé com tudo em um baú em baixo do meu assento. Na pouca luz disponível, abri-o, deparando-me com roupas limpas, meus tão preciosos coturnos e o colar da minha família. O aperto que sufocava meu coração se afrouxou um pouco diante daquela visão. Estava prestes a fechar o recipiente, quando vi a capa do meu caderno embaixo das camadas de tecido. Olhei em volta, tentando ver se alguém estava me observando, e enfiei-o embaixo da blusa.

Ninguém poderia saber as informações escritas ali.

O portão se abriu, inundando o espaço com luz e algo que cheirava como a estufa da Arca. O ar. Tão puro. Levantei-me da onde estava e comecei a caminhar até a saída. Um belo rapaz estava parado perto da trava, seus olhos azuis fitando cada um de nós com de maneira bondosa. Imediatamente me senti mais segura, apenas por tê-lo ali. Todos aguardavam, como se quisessem que nos dissesse o que fazer.

We're back, bitcheeees! — Um grito de animação nos despertou do transe. O choque da tão esperada liberdade me acordou e, mesmo que brevemente, me esqueci da escuridão por trás do projeto dos 100. Lancei um olhar animado para a garota que estava do meu lado. Era nossa nova chance.
robb stark


Última edição por Thea Winbledeaux em Seg Dez 01, 2014 3:05 pm, editado 1 vez(es)
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A Viagem – RP Oficial (Os 100) Empty Re: A Viagem – RP Oficial (Os 100)

Mensagem por Babette Hamönerrvt Dom Nov 30, 2014 9:41 pm

WELCOME TO THE NEW AGE

ON, FRIENDS
IT'S TIME TO TAME DE WORLD
'CAUSE WE ARE SURVIVORS
WE ARE WARRIORS
WE ARE THE HOPE
WE ARE RADIOACTIVE




Trezentos e sessenta e quatro dias. Ela os contava todos. Dias arrastados, longos, de solidão frustrante. Suportar era o seu dever. Manter-se neutra era sua honra. Mas que vadiazinha ordinária teria honra? Porém, enfim, seu confinamento teria fim no dia seguinte. Ela seria liberta; liberta da prisão, da estação, da arca. Da vida. Talvez a Dona Morte e a Senhora Solidão fossem suas melhores amigas ali. Ambas acolheram-na como filha. Até Casey esquecera-se dela.

Babette alcançou o relicário no pescoço, e passou os dedos por sobre o pingente em formato de rosa feito de latão. Abriu-o e fitou, mais uma vez, a imagem de sua mãe. Todos diziam que Babe era parecida com a mãe, com seus cabelos escuros, os olhos azuis opacos, o rosto fino e o nariz arrebitado. A garota sentia-se aliviada por ser a imagem de sua mãe ladra, e não a de seu pai. Ela observou a foto ao lado. Era Casey. A amiga. A irmã. O cabelo castanho caía por sobre o ombro em uma trança, enquanto ela abraçava afetuosamente Babette. May we meet again, Cas.

E a porta abriu-se inaudivelmente, deixando uma claridade desnecessária penetrar o âmbito. Um guarda adentrou, com expressão de poucos amigos. Aquilo alertou Babette.

O que quer aqui? — ela cuspiu a pergunta, encolhendo-se e apertando-se contra a parede. — Se quer um oral, estamos fechados hoje.

O guarda torceu a boca, e avançou contra Babette. Ele a puxou pelo braço com uma só mão e a pôs de pé. A garota sentiu-se desconfortável com a diferença de tamanho entre ambos. Se ele realmente quisesse um oral, ela poderia fazer em pé mesmo.

Acompanhe-me. — Ele disse, a voz grave e rouca estranhamente calma. Ele virou-se e seguiu novamente para a porta, parando na mesma. — Rápido.

NÃO! NÃO! — ela sabia o que era. Mas não podia ser. Não estava na hora. — Meu aniversário é só amanhã, caraio. Não podem me matar hoje.

Quando começara a temer tanto a morte assim? Já tinha acostumado-se. Deveria ir de cabeça erguida e, caso o Chanceler estivesse lá, mandaria-o se foder.

Acompanhe-me — ele repetiu, mas dessa vez não esperou a garota retrucar. Puxou-a pelo braço, apertando tando que, provavelmente ficaria roxo depois.

Então Babe viu que vários prisioneiros estavam sendo retirados de suas celas e sendo conduzidos por outros guardas na mesma direção. Babette puxou o braço com força, e o guarda a soltou. Ela o seguiu em silêncio. Que porras está acontecendo? Execução em massa foi a primeira coisa que lhe veio à mente. Mas por quê?

Percorreram vários corredores. Babette nunca pensara n'A Arca como um labirinto, mas, quando se passa quase um ano presa em uma cela, a sensação era aquela. Viraram mais uma esquina e o caminho estava bloqueado. Uma enorme porta de metal.

E, à frente, Edgar Kutrepov.

Babette sentiu a raiva subir pelo âmago e espalhar-se feito uma quentura pelo resto do corpo. Seus pulsos tremeram, e ela segurou-se para não sair correndo e terminar o trabalho que não conseguira um ano antes.

FILHO DA PUTA — deixou-se, enfim, extravasar. O seu guarda deu-lhe um soco nas costas como aviso para calar-se enquanto o Chanceler começava a falar.

Meu caros, vocês estão aqui com um propósito: você foram os escolhidos. — o velho começou, com um sorriso falso que dava ânsia de vômito em Babette. Ela queria socar a cara branca do homem até ele dar seu último suspiro de vira. E que nunca mais nos encontremos.Vocês irão para a Terra com a missão de saber se ela é habitável novamente, para que nosso povo todo possa descer até lá; para que a raça humana possa, por fim, continuar no planeta em que começou, e não no espaço. O crime de vocês será perdoado e vocês serão reconhecidos como aqueles que salvaram a nossa espécie. — A garota notou os olhos do Chanceler perscrutarem os rostos de alguns ali. Um dos quais, era o seu próprio. Ela sentiu as órbitas cravarem-se em sua pele, e Babette encarou-o com tanta impertinência quanto podia. Ousou um sorriso de canto. — Até os mais hediondos crimes serão perdoados por mim. Há um mapa na nave o qual os levará até Mount Weather, uma instalação militar onde vocês poderão encontrar mantimentos. Isto é o mínimo que posso fazer, a sobrevivência de vocês na Terra, porém, está em suas próprias mãos.

O guarda ao seu lado comprimiu um botão, e a porta de metal abriu-se para que os "escolhidos" passassem. Babette não processou as informações de início. Apenas seguiu os demais. Ela ouviu gritos excitados e cheios de esperança, mas ela só sentia indiferença naquele momento. Sabia muito bem o prazo estipulado pelos analistas para a Terra livrar-se da radioatividade. Ele os estava mandando para a morte.

Babette foi mandada para dentro da Exodus e foi forçada a sentar-se ao lado de um garoto cuja identidade não lhe interessava. Uma pulseira foi presa ao seu pulso direito. Em seguida, um guarda diferente injetou um líquido branco em seu pescoço com gentileza. Babette ouviu o "boa sorte" que ele lhe sussurrara. Uma garota assentou-se ao seu lado, e repetiram o mesmo procedimento com ela.

Que diabos é isso? — resmungou, deslizando os dedos pela pulseira.

A acomodação foi rápida. Logo, todos estavam em seus devidos lugares, e sozinhos na nave. A última vista de Babette d'A Arca foi o rosto ambíguo de Edgar. May we meet again.

[ ... ]

A nave pousou com um baque terrível. Não fosse pelos cintos de segurança, Babette teria sido jogada ao teto e espremida contra o mesmo. Chegamos? Ouviu cochichos, e demorou-se para o primeiro ousar levantar-se.

Era um garoto bonito, provavelmente da sua idade, com ar de liderança. Talvez mais um daqueles riquinhos da Phoenix. Ok, Babe não podia dar-se o luxo de odiá-lo. Ali, em terra-firme, precisavam uns dos outros se quisessem sobreviver. A garota foi uma das primeiras a seguir o exemplo e levantar-se. Desprendeu seu cinco e esticou as pernas no momento em que o garoto apertou um bota o ao lado do portão e o este abriu-se.

E o ar artificial foi locupletado pelo ar puro. Um cheiro bom. Um cheiro nunca antes sentido. Só então entendeu a sensação que aqueles velhos livros descreviam. Cheiro de natureza. Cheiro de árvores, de grama, cheiro de terra. De Terra. Cheiro de casa.

Uma garota assentada no banco detrás levantou-se e passou os limites dos portões. A luz do sol bateu-lhe nos cabelos escuros, e Babette perguntou a si mesma qual era a sensação daquilo. A outra pisou em solo terrestre. A primeira. A primeira de muitos.

We're back, bitcheeeees!



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Mensagem por Lukas Allen Dom Nov 30, 2014 10:00 pm


The Travellers ❖
Can I please come down? 'Cause I'm tired of drifting round and round.



{UM} It's Time

O dia tão esperado por Allen finalmente havia chegado. As celas foram abertas e a maioria dos jovens presos pareceram confusos, surpresos, aliviados, apavorados... Pensavam, talvez, que seriam executados antes do tempo ou — quem sabe? — acreditavam que haviam recebido o perdão do Chanceler e que poderiam retornar normalmente às suas vidas de antes da prisão. Mas Allen sabia a verdade. Eles seriam soltos, sim, mas não ficariam na Arca. Seriam enviados para a Terra.

Allen não havia revelado suas descobertas para outras pessoas, então apenas balançou a cabeça quando um confuso Alex — seu parceiro de cela — fez uma pergunta silenciosa com os olhos.

Andou calmamente pelo corredor iluminado no qual não pisava há meses. Precisou de muita força de vontade para não demonstrar sua excitação e ansiedade. Serei enviado à Terra!, pensava o garoto constantemente. Um reboliço de sentimentos percorria o seu ser. Alívio, curiosidade, ansiedade e, claro, medo. Ele seria enviado para um local desconhecido, novo, cheio de mistérios e oportunidades. A ideia era excitante e ao mesmo tempo apavorante. Mas havia sido uma escolha dele, então precisaria lidar com as consequências — independente de quais fossem.

Depois de uma longa caminhada pelos familiares corredores, Allen chegou a uma enorme porta de metal. Em frente à porta estava o Chanceler e, como era esperado, alguns membros do conselho. Observou as pessoas em volta e quase se permitiu sorrir. Mas não sorriu. Pelo contrário: fez uma boa encenação de leve confusão e surpresa.

A atenção do jovem se voltou à autora de um grunhido. Kalista Cheng. Allen nunca a tinha visto pessoalmente, mas sabia de algumas informações sobre ela por causa do acesso que tinha (nem sempre legal) aos Bancos de Dados. Ele não havia chegado a ler sobre o crime que Cheng havia cometido, mas sabia que ela era mentida em uma cela solo, na solitária, então deveria ter sido algo sério e perigoso. Ou ela poderia saber demais. Allen também teria ficado na solitária se soubessem que ele havia invadido os arquivos secretos da Arca.

Perceptível como era, Allen notara a leve oscilação de humor do Chanceler quando este fitou Cheng. Mas a expressão de desagrado desapareceu tão rápido quanto surgiu. Os olhos do garoto encontraram o de uma moça, ela sorriu e piscou ironicamente. Ela também sabe, pensou ele.

Allen ouviu todo o discurso aparentemente motivacional do Chanceler. Oh, vocês serão enviados para a Terra como cobaias. Se você sobreviverem, iremos logo em seguida. Ah, sim, não esqueçam que vocês estarão por si só, portanto estejam preparados para os futuros perigos que encontrarão lá, pensou o garoto abrindo um meio sorriso sarcástico.

Quando praticou o crime para ser preso, Allen sabia que viveria em constante perigo na Terra, mas a maioria dos jovens ali provavelmente estavam com medo e com raiva por se tonarem parte de um experimento que decidiria a vida das pessoas que estavam disposta a executá-los quando atingissem a maior idade. Então, embora não fosse um rebelde, Allen não tinha a menor simpatia pelo Chanceler.

A nave se abriu e os jovens foram guiados para dentro dela. Allen foi instruído por um guarda a se acomodar em um assento onde ficaria preso durante a viagem. Depois que a última pessoa foi colocada na nave, os guardas colocaram uma pulseira nos pulsos dos jovens e injetaram um líquido transparente nos pescoços dos mesmos. Allen conhecia a funcionalidade das pulseiras, mas não tinha ideia do que o líquido faria.

Estou indo, Terra, pensou Allen quando o portão da nave se fechou.

Allen finalmente se permitiu sorrir. Ele estava mesmo sendo enviado para a Terra. Talvez estivesse indo para a morte ou para uma nova vida, talvez nunca mais teria seus pais, mas naquele momento ele só conseguia pensar que pisaria em terra-firme.

— Vá se foder — sussurrou Allen, com um grande sorriso nos lábios, ao ouvir as últimas palavras do Chanceler nos televisores.

{DOIS} Wild World

A nave estremeceu quando aterrizou. Allen prendeu a respiração por alguns segundos e depois a soltou, se sentindo aliviado. Teria ele chegado à Terra? Soltou-se do cinto de segurança do assento e se colocou de pé. Pensou se deveria ou não soltar Cheng, mas, antes que agisse, outro jovem a soltou.

Allen ouviu as engrenagens se movimentarem mais uma vez e o portão se abriu. Uma luz clareou o interior da nave e o ar puro circulou pelo ambiente. Arrepios percorreram o corpo do garoto. Ele fechou os olhos e abriu os braços, permitindo-se respirar o ar da Terra.

— We're back, bitcheeees! — O grito animado fez Allen sorrir e abrir os olhos.

Ele havia conseguido.

Estava na Terra.

Era real.

Ao passar pelo portão encontraria um novo mundo, selvagem, desconhecido e cheio de mistérios. Allen mal estava se contendo de tamanha ansiedade. Sentiu um leve medo em seu íntimo, mas sempre gostara de se arriscar, então isso não o impediria de explorar o mundo a fora.

Allen foi à procura da única pessoa que conhecia pessoalmente — e confiava levemente — ali: Alex.

post: 01 humor: ansioso companion: os 100



Última edição por Lukas Allen em Dom Nov 30, 2014 10:02 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Alex Carter Dom Nov 30, 2014 10:02 pm


A viagem



1 DE DEZEMBRO DE 2232
TERRA?
VOLTAMOS, BANDIPUTO!

Se você nunca esteve preso, provavelmente não sabe como é a sensação de contar cada segundo do dia dentro da sua cabeça. Tic, tac, tic, tac. Os minutos se arrastavam, as horas duravam uma eternidade. Minha mente não tinha com o que se ocupar, tampouco minhas mãos, que já sentiam a falta das ferramentas. E a única coisas para a qual podia olhar eram as paredes.

Meus pais me deram o nome Alex, e eu era um prisioneiro. Esperava a morte, basicamente. Dali a um ano, quando fizesse 18, seria executado, assim como todos os outros menores de idade que foram presos. Na Arca, você era morto por qualquer motivo banal — todos os crimes eram passíveis de morte.

Meu companheiro de cela — Lukas, cujo crime era-me desconhecido — não falava muito. Eu até tentava puxar assunto, mas ele parecia meio recluso. Depois de um tempo, parei de insistir. E então veio o silêncio, tão duradouro e vazio que me fazia ansiar pelo décimo oitavo aniversário para que tudo terminasse logo.

Ah, mas as coisas iriam mudar...

[...]

Escutei a voz de Blake e levantei a cabeça. Em seguida, veio a confusão. Demorei um pouco para compreender o que estava acontecendo. As barras de metal se abriram com um chiado e guardas irromperam na cela. Olhei para Lukas, a confusão estampada em meu rosto. Fiz uma pergunta silenciosa, mas ele balançou a cabeça.

— O que está acontecendo? — questionei, estendendo as mãos para as algemas. — Nós seremos executados?

— Cala a boca, garoto — foi a resposta de um dos guardas.

Prendi a enxurrada de perguntas na língua e me calei. Eles não falariam nada, de qualquer forma. E resistir só pioraria as coisas. Enquanto era conduzido, buscava Blake entre os rostos das dezenas de prisioneiros. Mas havia tantos... Era difícil conseguir identificá-lo. Por fim, desisti. E me deixei levar.

Meus pés descalços tocavam o piso frio, fazendo-me arrepiar. Chegara o momento da minha execução, então? Eu só não entendia por que haviam antecipado, se ainda não fizera 18 anos. Lembranças de quando era mais novo me anestesiaram da ansiedade que, pouco a pouco, corroía-me por dentro. Ah, pai...

Todos pararam de repente. Levantando a cabeça, vi que estávamos de frente para uma enorme porta de metal, e, junto a ela, um Chanceler saudante e carismático. A confusão, então, me atingiu como o punho de um dos guardas.

Ele começou a falar.

Você deve imaginar que eu tenha ficado feliz pela nova chance que recebera; e eu ficaria, realmente, mas todas aquelas informações me deixaram absorto. Era como se tivessem injetado uma dose muito grande de calmante na minha corrente sanguínea. E, bem, a partir dali tudo ocorreu depressa demais.

Colocaram-me na nave junto aos outros. Ouvi o click do cinto de segurança e deixei a cabeça pender para trás, tocando o encosto do banco. Senti o metal da pulseira envolver meu pulso e uma picada incomodar meu pescoço. A porta da nave começou a se fechar lentamente, liberando aquela fumaça dos tubos de resfriamento. Não é hora de pensar em mecânica, repreendi-me. Então, partimos.

Não havia ninguém próximo a mim. Estava no fundo da nave, o último assento. Minha cabeça ainda estava um pouco zonza, mas pude notar algumas coisas: havia telas por toda a parte, cuja imagem estampava o Chanceler; uma garota estava amordaçada e amarrada não muito longe de mim; alguém mais a frente conversava com outra pessoa animadamente. E viajávamos para a Terra.

O pouso foi turbulento, mas a estrutura construída para a viagem resistiu. Agarrei-me às bordas do banco e esperei que chegássemos em terra firme definitivamente. Não explodimos, o que era um bom sinal. Quando tudo se aquietou, o silêncio perdurou por um momento... até que alguém levantou.

Livrei-me do cinto de segurança e me pus de pé. As portas, vagarosamente, puseram-se para cima. A luz me afetou, mas logo em seguida meus pulmões se encheram de algo tão doce e puro! Estávamos em casa.

Nós voltamos.


— We're back, bitcheeeees!


Última edição por Alex Carter em Dom Nov 30, 2014 10:28 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Carnation Vërr-Triesgard Dom Nov 30, 2014 10:03 pm

We are the warriors that built this town from dust


THE “F” DAY
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Ela sabia que em algum momento aquilo aconteceria. O conhecimento que tinha sobre as coisas a tornavam uma ameaça que precisava ser eliminada rapidamente e sem deixar vestígios. O vírus que Jinx era já havia sido contido, agora a eliminação dele seria mais simples. Logo ela estaria flutuando no espaço, não mais haveria uma ameaça ao Chancellor ali dentro, ou à qualquer outra pessoa importante de Phoenix.

Dois guardas marcharam para dentro da sua pequena solitária. Ali, no pequeno quarto que tornou-se sua casa por anos, as paredes pálidas e claustrofóbicas enxiam-se de cálculos, plantas e diagramas, todos feitos à lápis, até mesmo o chão possuía escritas e desenhos. Os homens olharam o local antes de olharem para ela, pelo visto era a primeira vez que entravam na solitária de Jinx, não pareciam feliz com o feito, tampouco.

A fama que a menina havia conseguido apenas aumentara depois de sua prisão, e aparentemente ela ainda não havia acabado. O apelido Jinx, que começara como uma brincadeira de seus amigos mais próximos tornou-se logo um codinome que afastava os outros de si. Ela era a personificação do azar àqueles que estavam ao seu redor. Não via a si mesma como tal coisa, preferia uma analogia mais física, uma bomba: causa medo mesmo de longe, quando explode espalha seu rastro de destruição por toda parte. Ela ainda não havia explodido, mas sabia que ao fazer muitos sairiam machucados. Com a decorrência dos eventos daquela dia talvez sua explosão viesse mais cedo do que o esperado.

— Nos acompanhe, por favor. Não tente nada. — Disse um dos guardas segurando-se firmemente à sua arma.

Ela fitou o dono da voz. Seu olhar era como uma navalha afiada, perfurando-o. Em sua cabeça ela o fazia engolir aquele bastão enquanto ligava o choque do mesmo. Ela o podia ver agonizar e chorar por perdão. Mas, aquilo não passava de suas fantasias, as quais não se realizariam tão cedo. Ela poderia lutar, tentar fugir, mas para onde iria presa em um objeto de metal no espaço? Lutar contra aquilo era apenas um adiamento do que estava por vir; era inútil.

Carnation levantou-se sem dizer uma palavra se quer, seus olhos restringiam-se a esta função, relatavam todo seu ódio e todos os palavrões que gostaria de dizer. O segundo guarda abriu o portão ainda mais, e no mesmo momento o som alto de vozes e passos atingiu-a. Ela então percebeu que o que estava acontecendo não era sua execução, e sim algo que há muito havia sido planejado e arquitetado. Aquela comoção era a sua segunda chance, ou melhor, a sua redenção.

Ela saiu de sua cela, o local que por muito tempo passou a chamar de “lar”. No seu pequeno cubículo rabiscado ela conseguia se sentir melhor do que solta pela Arca, ela sentia-se mais livre ali dentro do que já se sentira antes. A falsa liberdade da Arca a incomodava. E, no corredor iluminado ela voltava a sentir a repressão desta liberdade. Fez uma careta de repúdio antes de mover-se para seguir o terceiro guarda que a acompanhava.

O caminho para ela era desconhecido, tal como a maioria dos que tomava ali embaixo. Jinx estava acostumada a passar por dutos e passagens abaixo do piso, ela perdia-se do lado de cima. Mesmo quando considerava-se parte do povo da Arca ela não agia como uma, e somente enquanto caminhava pelo piso metálico do corredor vendo outros delinquentes desavisados se debaterem  por suas vidas é que ela notava aquilo; notava o quão se diferia dos habitantes daquele satélite gigantes, talvez todos os que estavam naquela estação, e todos os que já foram flutuados, adequavam-se ao padrão dela, ou melhor, ou tipo de pessoa que era.

Um dos guardas a puxou pelo braço forçando-a a parar. Quando havia finalmente chegado ali? Havia se perdido em pensamentos, e talvez devesse ter ficado imersa neles, já que a visão que tivera no segundo seguinte era o bastante para fazer toda sua raiva eclodir: o Chancellor. Sua mão fechou-se em punho no mesmo segundo que uma pessoa amordaçada parecia gritar e se debater. Kalista Cheng, a garota que conseguia fazer a Guarda, o conselho e o Chancellor tremerem de medo. Não muito distante estava Thea Winbledeaux, uma das poucas pessoas presentes que sabiam tanto quanto Carnation sabia sobre a Arca, Thea seria considerada uma pessoa boa por Jinx, não fosse ser moradora de Phoenix, este simples fato a tornava um objeto de repúdio por parte da delinquente.

O Chancellor Kutrepov começou seu discurso sobre como era maravilhosa a chance de todos ali estarem indo para a Terra. O que, porém, ele deixou à parte era o fato de que a Terra ainda poderia estar inundada em radiação, tal como a Exodus poderia explodir no segundo que começasse a adentrar a atmosfera. Mas, retirando-se estes fatos, tudo era uma maravilha realmente.

Um dos guardas levou a garota até seu lugar, onde a prendeu no banco. O segundo prendeu uma pulseira de metal em seu pulso direito, enquanto o terceiro enfiou uma injeção numa de seu braço com mais força que o necessário. Ela respirou profundamente para não deixar a dor transparecer.

— Eu vivo em Phoenix, sua vadia. Minha mãe quase morreu por sua culpa. — O guarda da injeção disse quase cuspindo as palavras.

Os olhos frios de Carnation fitaram os olhos do homem. Em seu rosto sempre inexpressivo surgiu algo. Um sorriso sarcástico delineava seus lábios enquanto seu olhar transmutava-se em algo que beirava o sadismo. Sua voz, a qual não usava há algum tempo, soou meio rouca e pausada.

— Seria uma praga à menos na Arca se ela tivesse morrido.

O homem apenas não a acertou com a arma de choque porque no momento seguinte eles eram chamados para saírem da nave. Jinx seguiu o homem com seu olhar e sorriso de escárnio até que o portão finalmente fosse fechado. Agora não havia mais volta... Não que houvesse antes.

( . . . )

Ninguém fora idiota o bastante para se soltar antes da nave chegar ao solo, e se alguém fizera isso Jinx apenas desejava que estivesse morto, já que haviam 100 adolescentes e lidar com uma nova vida num lugar possivelmente inóspito tendo idiotas ao redor seria uma tarefa complicada.

Depois de muitos sacolejos ao adentrar a atmosfera terrestre o silêncio pareceu uma tortura. Todos começaram logo a se soltar, mas nenhum movera-se para sair do local, não até Nathan o fazer. O garoto não disse nada, talvez ficara surpreso demais com tudo aquilo. O ar, a terra, o cheiro das folhas, o vento, o Sol. Era muita informação ao mesmo tempo, ninguém sabia ao certo o que fazer com ela, mas no momento em que uma garota urrou uma “boas vindas” todos tomaram coragem o suficiente para pularem para o lado de fora e comemorarem da forma que achavam melhor.

À parte da agitação, porém, estava Jinx. Ela havia saído, mas permaneceu apoiada à parede de metal da nave enquanto seus olhos fitavam a paisagem ao seu redor. Em suas mãos ela trazia um mapa com o local chamado Mount Weather que o Chancellor havia falado sobre, uma enorme montanha que podia ser vista facilmente dali. Ela deixou um suspiro escapar dos lábios, guardou o mapa em seu bolso e do bolso do casaco de couro que vestia retirou um baralho, uma das poucas lembranças que trazia da Arca, uma das poucas que gostaria de permanecer com.
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Mensagem por Eileen Clyte Dom Nov 30, 2014 11:48 pm


weep for yourself
But it was not your fault but mine and it was your heart on the line. I really fucked it up this time, Didn't I, my dear?
O maior medo de Eileen era que não conseguisse mais gostar de ambientes bem-iluminados. Tinha se acostumado com a cela escura, e preferia ficar ali do que em qualquer outro lugar. Ali, batucando com os dedos no chão, andando de um lado para o outro, dias incontáveis de tédio inacabável. Ás vezes, podia prever o que aconteceria em cada horário do dia com tanta perfeição que quase se assustava. Tal era o padrão de sua rotina.

E talvez tenha sido por isso mesmo que, quando a porta se abriu e ela sentiu a luz no rosto, não encontrou em si a força para resistir. Sorriu ao perceber que apesar de desconfortável no início, a luz ainda era algo do qual ela gostava. Respirou fundo, como se o ar do local tivesse mudado somente com a abertura da porta, e só percebeu que não devia ficar perdendo tempo com coisas como aquela quando sentiu os braços pesados de dois guardas a levantarem e arrastarem para fora de sua cela.

Achou o movimento desnecessariamente brusco — se tivessem pedido para sair, Eileen teria o feito sem reclamar. Na verdade, teria agradecido. Qualquer coisa para sair da cela. Nem sequer se sentiu mal. Não sabia por que a estavam tirando de lá, visto que tinha quase certeza que seu aniversário de 18 anos seria só em mais alguns meses, mas qualquer que fosse o motivo, ela estava grata. Poderia morrer, ser flutuada, perdoada, qualquer mudança era mais que bem-vinda.

Viu pessoas resistindo a sua volta, e relaxou nos braços dos homens, com medo de sofrer o que os prisioneiros que protestavam sofriam, o que a fez levar uma cotovelada nas costas.

— Se mexe, garota.

Eileen endireitou-se, e andou levemente mais rápido. Obedecia ordens quase tão rápido quanto procurava a saída de uma sala pequena ou esticava os dedos para pegar seu espelho ao menor sinal de perigo. Vozes masculinas, graves e obstinadas como aquela tinham um efeito instantâneo na garota. Seus olhos se arregalavam, todos seus músculos se enrijeciam e Eileen fazia exatamente o que lhe era mandado.

Tantos prisioneiros estavam sendo levados... Eileen imaginou se ocorreria uma execução conjunta naquela tarde. Talvez pudessem fazer uma festa depois, comemorando os diversos jovens que haviam sido executados por fazerem crimes tão diversos, desde um simples roubo até assassinato. Tantos dos prisioneiros tentavam resistir... Sim, deveria ser aquilo, uma execução conjunta por qualquer que fosse o motivo.

Mas o destino deles não era nenhuma porta pela qual se era flutuado, ao menos não que Eileen soubesse. Não, estranhamente, ela tinha quase certeza que eles não estavam indo para o hangar. O que havia em seu destino, na verdade, era uma grande porta de metal em volta da qual mais ou menos uma centena de jovens prisioneiros como ela se aglomeravam. E o mais surpreendente de tudo, na frente da porta, com o sorriso amigável de sempre, o Chancellor.

Eileen gostava dele. Gostava de como ele parecia simpático e parecia querer o bem. Não o culpava por tê-la prendido. O que mais poderia ter feito?  Era culpa dela. Era total e completa culpa dela. Ele só estava fazendo seu trabalho. Ela respirou fundo. O Chancellor era uma pessoa boa, ao menos ela pensava, e ela gostava de acreditar naquilo.

— Meu caros, vocês estão aqui com um propósito: você foram os escolhidos. — Os olhos de Eileen brilharam. Aquilo tinha que ser bom. Ele falava como se fosse uma coisa boa, então tinha que ser. — Vocês irão para a Terra com a missão de saber se ela é habitável novamente, para que nosso povo todo possa descer até lá; para que a raça humana possa, por fim, continuar no planeta em que começou, e não no espaço. O crime de vocês será perdoado e vocês serão reconhecidos como aqueles que salvaram a nossa espécie. — O olhar dele tornou-se mais duro, e Eileen pôde jurar que ele passou mais tempo do que o necessário com os olhos pousados nela. Balançou a cabeça, convencendo-se de que estava só imaginando coisas. Por que o Chancellor se importaria com ela? — Até os mais hediondos crimes serão perdoados por mim. Há um mapa na nave o qual os levará até Mount Weather, uma instalação militar onde vocês poderão encontrar mantimentos. Isto é o mínimo que posso fazer, a sobrevivência de vocês na Terra, porém, está em suas próprias mãos.

O mundo pareceu girar, colorir-se e cantar, fazer uma festa em volta de Eileen. Ela poderia ser perdoada? Realmente perdoada? E descobrir a Terra no processo, voltar para lá, era a melhor oportunidade que já lhe haviam dado na vida. Queria abraçar o homem e agradecer. Poderia ser perdoada, ainda tinha esperança, não estava perdida. Não morreria ainda.

Enquanto as portas da nave se abriam, era um mundo novo com oportunidades novas que se abria para a morena. Um sorriso tomou conta do rosto de Eileen, um sorriso que tremeu e entortou antes de cair. Tudo ficaria bem.

— Anda logo, assassina. — O guarda atrás dela ordenou, empurrando-a para frente, e ela obedeceu.

Caminhou para dentro da nave sem hesitar ou protestar, o mais rápido que conseguiu. Os dois homens que a acompanhava amarram-na na cadeira como se ela fosse como os outros, resistindo e protestando, de um jeito tão violento e agressivo que ela quis gritar. Eles a seguravam com força, e só sentir o toque das mãos fortes sobre sua pele fez a menina querer pegar seu espelho e bater na cara do guarda que o fazia, e teve de lembrar-se que não estava com o objeto ali. A menina fez o possível para deixar seu corpo o mais relaxado possível, como uma boneca, para que eles fizessem o que quisessem sem resistência dela.

Um bracelete foi preso em seu pulso, um bracelete que parecia apertar demais, e então algo injetado em seu corpo. Todo seu braço esquerdo se tensionou ao sentir a seringa adentrar a pele, e ela quis afastar o braço, mas resistiu ao impulso. Enquanto via os guardas afastarem-se dela, respirou fundo, sem perceber que estava prendendo o ar até aquele momento, e percebeu que havia uma menina sentada ao seu lado, olhando-a com uma preocupação que deixou Eileen feliz, de certa forma. Sempre ficava feliz ao ver que alguém se importava com ela, algo levemente infantil.

— Você está bem? Não te machucaram, certo?

Abriu a boca para responder à desconhecida, mas foi impedida por dois pequenos fatores imprevisíveis: a) o tremor da nave, indicando que estavam decolado e b) o súbito reconhecimento do rosto familiar da garota ao seu lado, a menina baixinha de feições determinadas e um ar teimoso. Havia mudado muito, apesar de ter crescido pouco desde que as duas haviam se visto pela ultima vez.

Eileen segurou uma exclamação de surpresa, controlando-se para não tentar esticar o braço e abraçar a menina ali mesmo (até porque não conseguiria, do jeito que estava). E então segurou-se para não gritar, as perguntas girando em sua cabeça, contribuindo para a tontura que a viagem de nave lhe provocava. O que diabos havia acontecido com Thea, e o que ela, filha de um homem tanto importante, poderia ter feito para acabar na prisão?
 
•—•—•

Quando a nave aterrissou, a morena agradeceu por estar presa a cadeira, ou então provavelmente teria morrido durante aquele pouso (ou queda, também se poderia chamar assim). Piscou algumas vezes, absorvendo a informação de que estava na Terra, tendo certeza de que já estavam no solo. E então, com cuidado, tirou o cinto de segurança. Viu algumas pessoas a sua volta abrindo baús, e tateou o local abaixo de seu assento, procurando um também, com sucesso.

Soltou um suspiro de felicidade ao abri-lo. Roupas limpas e novas, pela primeira vez. Seu conjunto de dados! Ela sorriu, guardando-os no bolso. A corrente de prata de sua avó... Pensou em pô-la no pescoço, mas um súbito e irracional medo de acabar se enforcando sem querer com ela fez com que a menina mudasse de ideia e enrolasse o objeto em seu tornozelo. E, por fim, metade de seu espelho. Tanto aliviada quanto perturbada, a garota enfiou-o entre sua calça e sua pele, sentindo o metal frio em seu quadril. Respirou fundo outro vez, tentando se assegurar de que tudo ficaria bem.

Um garoto desamarrava uma outra menina, que resistira especialmente antes de entrar na nave, e Eileen olhou em volta, procurando Thea. Não a achou, mas acabou por dar de cara com a luz do sol. Uma exclamação de surpresa perdeu-se em sua garganta. Não imaginara que seria tão absolutamente lindo. E o ar que adentrou seus pulmões, um ar tão puro... Ela inalou-o e tossiu algumas vezes, não acostumada com aquilo. A natureza era tão bela, tudo tão esplêndido, e a menina se sentiu mínima perto de tudo aquilo, um pequeno grão de areia em um mundo gigantesco.

— We're back, bitcheeees! — O grito do primeiro a pisar naquele solo verde tomou conta do local, e Eileen sorriu. Era tudo tão grande. Tão belo. E ela estava lá, ela é aqueles outros prisioneiros, ela e Thea, os primeiros a ver todo aquele esplendor em tanto, tanto tempo.

Ou ao menos assim ela pensava.

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Mensagem por Valentine Schmitz Seg Dez 01, 2014 8:05 pm


Go to hell for heaven's sake
I. ARCA & II.TERRA| 1° DE DEZEMBRO | POST 001 | THE 100




I.

A raiva que Valentine alimentava há anos, sem finalidade, estava sendo transferida para a Arca. Todos os seus integrantes e principalmente o Chancellor ganhavam aos poucos o ódio da garota. Havia sido presa sem justificativa, assim como alguma parte dos seus companheiros de cela. Muitos ali cometeram crimes imperdoáveis como assassinato e furto — mereciam estar naquele lugar —, mas qualquer coisa feita na Arca era motivo de execução e Valentine acreditava fielmente que o porquê de estar ali era ter nascido.

Uma leve oscilação no clima e a aprendiz de mecânico perceberia facilmente — de tão observadora que era, já tinha absorvido em um dia toda a rotina de quem passava o tempo ali —, mas o que estava acontecendo até o mais tolo conseguia notar. Guardas abriram o portão do cárcere, fazendo com que a luz invadisse o local e forçando Valentine a estreitar os olhos para filtrar a claridade. Não avisaram-lhe sobre sua execução, mas era isso que parecia estar acontecendo: uma execução em massa. Invadiram cela por cela sem floreio e arrastaram uma boa quantia de criminosos por longos corredores nunca vistos por muitos. A Filha de Enzo era uma deles.

Foram forçados a parar, entretanto a garota não conseguia ver o que acontecia à frente de todos, devido a sua altura. Só soube do que se tratava quando ouviu a voz do Chancellor ecoar pela sala. Sua atenção estava no momento focada nas informações. Era isso mesmo que ela estava ouvindo?

“Nós vamos para a Terra? Que porra é essa?”

Essa era uma missão suicida, mas teriam seus crimes perdoados caso sobrevivesse. WOW, um ótimo motivo para entrar em uma nave e pousar na Terra após 97 anos da Guerra Nuclear, quando o recomendável seria esperar no mínimo 100. “E a radiação? O ar não deve ser saudável”. Essa era a questão. Os 100 criminosos escolhidos seriam espécies de ratos de laboratório.

Não houve espaço para as perguntas da jovem Schmitz serem feitas, pois os guardas empurravam-na para dentro da nave.

— Eu sei andar, filho da puta. Nem todo mundo é que nem você. — Valentine murmurou, segurando-se para não arrumar briga com o guarda que a puxava para o banco. Se essa frase rendeu-lhe um roxo na bochecha esquerda, feito pelo homem com o cabo da arma, um chute poderia ter resultado em uma perna quebrada. A convivência com os outros já não seria fácil, levando em consideração que assassinos dormiriam no mesmo acampamento que ela, então esperava pelo menos pisar inteira na Terra, por isso forçou-se a contar até 15 e deixar que o homem colocasse um tipo de bracelete em seu pulso, injetando algo em seu pescoço em seguida.

Os portões foram fechados, por fim, mas Valentine não se livrou da imagem do Chancellor que estava estampada em todos os televisores. “May we meet again.” Sua voz fez a expressão da garota se fechar novamente, cerranado os dentes com uma força maior do que deveria.

— Vá para o inferno.





II.

A nave finalmente pareceu pousar, mas Valentine não tirou as mãos do banco, esperando alguma confirmação. Sem ruídos. Sem mais nenhum movimento: definitivamente havia chegado ao seu destino.

Seu semblante, antes uma mistura de medo com ansiedade, mudou-se para um de ânimo. A garota sentia uma energia que não soubera existir, estava ansiosa assim como os outros. Valentine foi uma das primeiras a soltar o cinto de segurança e se levantar, mas ninguém parecia ter coragem suficiente para ser o primeiro a abrir a porta.

A morena estava imaginando essa “viagem” como uma missão e suas funções já estavam separadas em tópicos no seu palácio mental, mas foram transformados em cacos quando a porta se abriu e o primeiro a pisar na Terra gritou, em êxtase: “We're back, bitcheeees!”. Valentine não passava muito tempo com pessoas de sua idade na Arca, mas por algum conhecimento prévio e pelo que tinha acabado de presenciar, parecia que o que eles sabiam fazer de melhor era bagunça. Não importava a condição ou o lugar.

Não faria problema festejar um pouquinho, afinal, os 100 tinham um planeta todo para eles. Pelo menos era o que pensavam.

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Mensagem por Casey Grey Seg Dez 01, 2014 10:25 pm

And this ordinary day, everything changed

PRIMEIRO DE DEZEMBRO DE 2232
We're back, bitcheeeees!


Mais um dia comum como os demais. As paredes da cela já lhe causavam refluxo, a ponta do lápis azul havia se quebrado e os únicos rostos que via era o dos guardas; resumindo: tinha morrido desde o dia em que acertou uma faca no estômago de um dos caras. Sim, morrido, afinal, aquilo era vida? Esperar pela morte, confinada em um lugar onde não recebia visitas alguma, uma vez que a família toda estava morta e a amiga, Babette, seria flutuada em menos de vinte quatro horas. Não estava simplesmente presa, estava morta. Em todos os sentidos. Perdera as esperanças. Perdera a essência de viver. Aquela não era a doce Casey, era uma obra do maldito Chancellor. Para quê? Para completar dezoito anos e ser executada. Filho da puta.

Casey alcançou a face com o indicador, tocando delicadamente a bochecha e limpando algumas lágrimas que insistiam em escorrer. Era assim todos os dias, as memórias infelizes nunca acabavam, nunca abandonavam-na. Ah... A saudades e as lembranças também eram, além dos guardas, as que apareciam hora ou outra. Destruíam-na cada vez mais, aos poucos, no sofrimento, na dor, nas lágrimas. O fato era que não aguentava mais. Acabem logo com isso, porra!

E foi como um pedido mental realizado. Pffff. Era a porta do cárcere se abrindo. Os olhos doeram assim que a claridade desnecessária encontrou-os.

— Ei! — um dos brutamontes gritou. — Levanta.

— Por? — questionou, irritada. Não iria sair dali até o seu aniversário, ora. — Aonde vamos?

— Cala a boca e anda logo, fedelha. — O outro estreitou os olhos, esperando alguma reação de Casey.

O que querem? — Dessa vez, o olhar deslizou para o chão. Até o aniversário... aniversário... NÃO!VOCÊS NÃO PODEM! Eu faço aniversário só dia dez...

Parou de falar para gemer de dor. Nenhum dos desgraçados sequer esperou ela terminar, ambos apertaram-lhe o pulso com força e puxaram-na para fora da cela. Era humilhante parar perto de dois caras como aqueles, podiam, cada um, dar dois de si. Não tinha chances de fugir. Mas não era isso que eu queria? Não. Acabara de descobrir que não era.

Entretanto, não foi a única a ser retirada da prisão. Execução em massa? Andaram por alguns corredores, levando alguns empurrões aqui e ali. Conhecia aqueles caminhos, tinha total certeza que iriam parar na câmara, mas o percurso mudou. Pararam de andar repentinamente.

— Meu caros, vocês estão aqui com um propósito: você foram os escolhidos. — Ela não conseguia ver o rosto do homem, mas já sabia quem era. — Vocês irão para a Terra com a missão de saber se ela é habitável novamente, para que nosso povo todo possa descer até lá; para que a raça humana possa, por fim, continuar no planeta em que começou, e não no espaço. O crime de vocês será perdoado e vocês serão reconhecidos como aqueles que salvaram a nossa espécie. — O ódio fê-la tremer. Queria gritar, mas mordeu a língua. Sentiu dor com um apertão no pulso, imagine com um soco nas costelas. — Até os mais hediondos crimes serão perdoados por mim. Há um mapa na nave o qual os levará até Mount Weather, uma instalação militar onde vocês poderão encontrar mantimentos. Isto é o mínimo que posso fazer, a sobrevivência de vocês na Terra, porém, está em suas próprias mãos.

E se existia um deus, Casey agradecia a ele com todas as forças; o discurso ridículo finalmente havia terminado. A porta da nave se abriu, e um outro guarda levou Grey para seu assento, sentando-a e prendendo uma pulseira de metal no braço direito da garota. Que porra é... AI! Um curto arrepio percorreu a espinha da garota assim que uma seringa com um líquido transparente foi injetada sem aviso no seu pescoço.

Boa sorte.

E o portão se fechou. Um último sorriso do filho da puta que arruinou toda sua vida apareceu nas telas da nave. — May we meet again.


[...]


A nave pousou com um baque, mas que por sorte, deixaram todos vivos. Pelo menos até agora. Alguns apressados desprendiam-se dos cintos e iam para frente, outros abaixavam para pegar a mala que jazia embaixo do banco, e Casey... não tinha reação alguma. Estava confusa, desesperada, ansiosa. Babette. A amiga apoderou-se dos pensamentos da garota. Ela tem que estar aqui. Foi o que pediu. Soltou-se da cadeira e fitou o rosto de todos, procurando-a.

Pffff. Era o portão.

Detrás, passos andejaram até a porta de metal, ultrapassando-a e deixando noventa e nove pessoas para trás. Era uma menina. A primeira. Urros de felicidade percorreram toda a nave assim que a desconhecida respirou fundo e soltou o ar pela boca lentamente. Um sorriso. A excitação. O grito. A Terra era sua nova esperança.

We're back, bitcheeeees!



Última edição por Casey Grey em Seg Dez 01, 2014 10:31 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Graham C. Greyback Seg Dez 01, 2014 10:26 pm




The Freedom
A Hundred Fallen Stars...
MeThoughtsOthersThe Evil

O
s dias se passavam lentamente. Preso naquela solitária, não contar as horas ou os dias. Mesmo assim, guiava-me pelas refeições trazidas pelos guardas. Também sabia que era noite, quando todas as luzes eram desligadas. Mesmo assim, o ciclo de sono estava completamente distorcido. Já não obedecia ao dia ou à noite. Dormia a qualquer momento.  Pelo menos assim consigo afastar meus demônios. Os demônios vivem dentro de você. Não há escapatória.

De todas as privações que a solitária me proporcionava, desprezava a silêncio, principalmente. O silêncio, aquela sensação de solidão, atiçavam as vozes em sua mente. Quanto tempo mais vai demorar, até que eles me silenciem? Quanto tempo mais, até que eu receba o abraço gelado da morte? Pensar nessas perguntas mantinha a minha mente ocupada. Foi assim que eu sobrevivi, até que a porta de minha cela foi, finalmente, aberta.

Vida. Seres humanos. Dois deles. Eram guardas, pude perceber pelas vestimentas. Não importava. Poder falar com alguém já me deixava extremamente feliz.

— Bom dia – arrisquei — posso saber para onde vamos? — perguntei. Soava muito mais cortês do que qualquer outro prisioneiro teria sido.

— Calado! — exclamou. Mas uma pontada de condescendência preencheu o coração do guarda. Foi o bastante para receber uma resposta melhor que a anterior. — Vai saber em breve.

Um sorriso se formou em meu rosto. Pacificamente, fui escoltado pelos corredores da prisão. Sabia o que estava acontecendo. Eu seria executado. A maioridade ainda estava distante, é verdade. Sinceramente, isso já não me importava. A morte é o fim da doença.

Você não terá sequer uma execução especial. Vai ser executado junto ao resto deles. A voz em minha mente sussurrava, quando meus olhos encontraram os outros prisioneiros, que eram escoltados pelos mesmos corredores que eu. Eu não sou como eles. Esse era o pensamento que levava comigo. Não. Você não é como eles. Você é pior.

Lá estava ele. O Chanceller surgiu à nossa frente. Sentia a hostilidade que emanava dos outros prisioneiros. Para mim, aquele homem não representava nada mais que um líder. Não guardava qualquer rancor do distinto senhor à nossa frente. Ele, no entanto, se dirigia a mim e aos meus companheiros com certa hostilidade.

Balbuciou algumas palavras sobre uma viagem à Terra. Foi o bastante para que ele conseguisse minha atenção. A possibilidade de descer parecia muito melhor do que abraçar a morte. Era uma nova chance que se abria para mim e para aqueles outros 99 desconhecidos. Eu aceitei aquele destino como sendo o único. Ou sobrevivemos, ou sobrevivemos.

Fomos conduzidos aos assentos dentro da grande nave com certa brutalidade por parte dos guardas. Nada que já não fosse esperado. Quando todos foram acomodados, nos presentearam com pulseiras e uma injeção de qualquer coisa transparente. Não tínhamos escolha. Não podíamos recusar. Sobreviver.

A viagem não foi tão longa quanto eu imaginava. A nave balançava mais do que uma máquina de lavar velha. Enviaram-nos nessa banheira, numa missão suicida. May we meet again. Lembrava as palavras do Chancellor, quando a nave colidiu contra algo firme e assustou todos dentro da espaçonave.

— Chegamos? — perguntei, para ninguém em especial.

Sem demora, livrei-me do cinto de segurança, assim como fizeram os outros. Um dos prisioneiros pressionou um botão qualquer, abrindo o portão principal. Lentamente, o brilho preencheu o interior. Sentia meus pulmões se encherem com algo melhor que o ar artificial. Isso é ar puro. O garoto deixou a nave, seguido por uma garota.

— We're back, bitcheeeees! — Suas palavras me fizeram rir. É possível voltar a um lugar onde jamais estivemos?



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Mensagem por Nathan Winterfield Ter Dez 02, 2014 5:53 pm


I am going to
the earth
And if you close your eyes does it almost feel like you've been here before?




(UM)

A porta da minha cela se abriu e eu senti um aperto no peito. Teria o maldito Chancellor decidido adiantar minha execução? Olhei para o meu colega de quarto, mas ele parecia tão confuso e surpreso quanto eu. Inspirei. Expirei. Inspirei. Expirei. Eu não poderia perder o controle e a calma, tampouco demonstrar meus medos.

O guarda que abriu a porta não deu explicação para onde estava me levando, então também não questionei. Mantive a cabeça erguida, orgulhoso, e caminhei compassadamente pelos corredores que eu não via há tanto tempo. Um sentimento nostálgico tomou conta de mim, mas logo foi substituído pela desconfiança e apreensão. Parte de mim se sentia livre, mas a outra parte sabia que eu não estava sendo levado para um banquete.

Havia dezenas de outros jovens sendo guiados para, aparentemente, o mesmo local que eu. Reconheci os rostos de alguns, mas eu não sabia coisa alguma a respeito deles. Seria uma execução em massa? Não. Nem todos tinham cometidos crimes graves, alguns teriam a chance de receber o perdão do velho.

Chegamos, enfim, ao local de destino. Respirei, aliviado, porque aquele local não era a câmara de execução. Notei a presença do Chancellor e de alguns membros do conselho posicionados em frente a um portão metálico, mas minha atenção foi atraída por um grunhido abafado, não muito longe de onde eu estava.

A autora do som estava com uma camisa de força e presa a uma cadeira de rodas. O delito que ela cometera deveria ser grave — a julgar pelo modo como estava sendo mantida. Tirei meus olhos da garota e olhei para o Chancellor que começara a falar.

Quando o discurso chegou ao fim, concluí que eu havia passado de prisioneiro a cobaia. Mas me agarrei ao pensamento de que eu poderia ter uma chance de sobreviver na Terra, porque ali na Arca meu destino seria flutuar pelo espaço.

Fiquei com medo, sim, mas em momento algum deixei tal fato transparecer. Permaneci seguro, calmo e tranquilo — até mesmo quando o guarda me guiou ao interior da nave, me prendeu a um assento, colocou uma pulseira metálica em meu pulso e injetou um líquido transparente em meu pescoço. Não transpirei, não tive palpitações e minha respiração se manteve controlara.

Eu dominava a arte de disfarçar meus sentimentos. Fiquei na prisão da Arca por quase onze anos, tempo suficiente para aprender a me dominar em todos os aspectos mentais e corporais.

Observei os guardas fecharem as portas e ouvi o barulho das engrenagens. O rosto sorridente do Chancellor surgiu nos televisores.

— May we meet again. — Disse ele, ainda sorrindo.

— I hope not — falei sem sorrir.

(DOIS)

Freedom is mine and I know how I feel.

A nave pousou grosseiramente, sacolejando. Tirei o cinto de segurança que me prendia ao assento e fiquei em pé, indo até o portão metálico. Acionei o mecanismo para destravar a porta e pressionei o código que estava indicado na caixinha com os números. As engrenagens se movimentaram e o portão se abriu.

A luz banhou o interior da nave e uma lufada de vento entrou, correndo pelo ambiente. Respirei fundo o ar puro. Meus pulmões, com certeza, agradeceriam tal ação se pudessem falar.

Fui o primeiro a pisar na Terra. Esqueci-me dos meus temores momentaneamente e absorvi mentalmente aquela imagem. Natureza. Pura e selvagem natureza. Minha esperança aumentou de que eu tinha uma nova chance, de que eu poderia não somente sobreviver, mas, também, viver.

— We're back, bitcheeeees! — gritou a garota que desceu logo depois de mim. Um sorriso se formou em meus lábios.

Lembrei-me de que a garota amarrada precisaria de ajuda para se soltar. Caminhei até o local onde eu havia visto, mas ela já estava solta, um rapaz a havia soltado.

Observei o rosto dos jovens que estavam em meu campo de visão. Um rapaz de estatura mediana, cabelos escuros e olhos claros; a moça que estava amarrada, com seus olhinhos puxados e feições finas; e dois rapazes de cabelos castanhos e olhos claros, um deles possuía a pele mais bronzeada. Fiz um leve movimento de cabeça para cumprimentá-los e perguntei-lhe o nome. Responderam que era Lukas, Kalista, Alex e Blake, respectivamente. A moça, antes de responder, me fitara alguns segundo, decidindo se revelaria ou não o próprio nome. Sorri e me apresentei como “Nathan”.

(TRÊS)

— Peço a atenção de todos os presentes — comecei, aumentando a voz, mas não gritando. Esperei que os jovens olhassem para mim e continuei: — Fomos enviados à Terra para ver se o planeta pode ser habitado. Bom... estamos vivos, não estamos? — falei, com um leve sorriso irônico nos lábios.

— Quem colocou esse cara no comando? — ouvi um jovem não muito distante dizer. Vi também que a moça de olhos puxados o fuzilou com um olhar. Não me abalei, continuei com a expressão serena e a voz firme.

— Pois bem. Precisamos ir à base militar de Mount Weather — continuei. — Uma equipe de busca com seis pessoas será necessária para a expedição.

Dois jovens viraram as costas para mim e começaram a se afastar dos outros, me ignorando. Kalista, irritada, foi atrás deles e bateu nos dois antes que pudessem reagir. Os dois garotos ficaram no chão, caídos. A moça olhou para mim, aparentemente dizendo para que eu prosseguisse com o “discurso”.

— Eu sei que a maioria dos presentes não tem simpatia pelo Chancellor — prossegui, com um tom sério. — Mas há uma verdade no que ele disse: agora estamos por nossa conta. E é por essa razão que precisamos achar a base militar. — Dei uma breve pausa, esperando que eles entendessem o raciocínio. — Temos uma segunda chance, temos a oportunidade de viver. Não iremos nos arriscar indo até Mount Weather pelo Chancellor, não pensem assim. Iremos até lá por nós, por nossa sobrevivência.

Com um olhar firme, vasculhei o rosto dos jovens ouvintes. Fitei os que eu já havia conhecido — Lukas, Alex e Blake — e por fim meus olhos pousaram na moça que havia me dado apoio ao cuidar dos garotos que não estavam interessados no que eu tinha pra falar.

— Como eu disse, preciso de uma equipe com seis pessoas. Quem está disposto a ir à exploração? — questionei e vi alguns jovens erguer os braços, inclusive a jovem. Então me lembrei de algo: — Preciso de pessoas que tenham conhecimento, mesmo que pouco, de terras, plantas, animais e alguma habilidade com rastreamento. Não precisam ter todas essas habilidades, mas pelo menos uma delas.

Alguns jovens abaixaram os braços e outros levantaram. Apontei para Kalista e mais cinco jovens, indicando a equipe que faria a busca da base militar.

— Ah, quem tiver o mapa de Mount Weather já pode passar para a jovem que guiará os demais na expedição.

●●●

— Não vi perigo à vista, mas não custa ser precavido — falei aos jovens que não haviam ido à busca. — Portanto, nós que ficamos vamos montar um Acampamento. Peguem madeira, cipós, as peças metálicas da nave que não terão utilidade e vamos construir cercas e barreiras para nos proteger do suposto perigo. Ainda não conhecemos o local, não sabemos o que há aqui, então precisamos ter cuidado. Há barracas num compartimento no segundo andar da Exodus, montem-as também.

Depois que falei, dispensei a multidão e fui procurar na nave barras de metal que não serviria para futuros projetos, mas seriam úteis para a construção da barreira protetora.

POST DA MODERAÇÃO, PRIMEIRA PARTE.

* Postem apenas após o post da Kalista

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Mensagem por Kalista Cheng Ter Dez 02, 2014 7:50 pm


I am your
reaper
I am the plague, the pain, the death. I am the one who will appear in your nightmares, baby.

( 一 )

— Prisioneira, por favor, dirija-se para o canto direito da cela e vire-se de costas.— Uma voz soou por uma pequena brecha que fora aberta no portão pesado de metal.

Kalista permaneceu sentada no chão. Seu olhar fixo na porta à frente como se à qualquer momento ela fosse abrir para que seus pais tirassem-na de lá com sorrisos e abraços de saudade. Ela riu de sua própria esperança, à este ponto sua família já deveria estar morta, tanto seus pais quanto seus avós. Eles eram uma raça devia ser exterminada, apagada do histórico da Arca sem que houvesse vestígios. Seus punhos cerraram-se de ódio por dentro das mangas fortemente presas da camisa de força.

A pequena garota levantou-se, mas não se dirigiu ao local em que fora mandada ir. Em dias normais cinco guardas entravam na cela, quatro para fazer a guarda e um para retirar suas amarras para que ela pudesse se alimentar, usar o banheiro e tomar banho. Uns três anos atrás Kalista conseguiu fugir da cela em uma dessas oportunidades, apenas para descobrir que haviam mais cinco guardas do lado de fora, três armados com os porretes de choque e os outros três com armas de verdade. Ela havia decidido não fugir mais por um tempo, não queria se precipitar. Precisava da oportunidade perfeita, precisava de uma oportunidade antes de tudo começar e...

— Para o canto, de costas!— Apressou o guarda. Ela o fez, sem questionar a ordem.

A porta foi aberta e o som do lado de fora a despertou. Era um som incomum, nada como ela escutara anteriormente. O que era? Passos, vozes, gritos. Eram os sons de outras pessoas. Mas não era o som dos guardas. Foi então que ela virou-se. Estava acontecendo. Estava acontecendo!

O súbito movimento da Kalista assuntou os três guardas que já haviam entrado. Eles pararam, surpresos, com medo. Com medo da pequena garota de um metro e meio. Todos teriam se soubessem do mínimo que ela era capaz.

Kalista chutou o guarda da frente, o qual caiu com força sobre o segundo. O homem chutado respirava com dificuldade enquanto o que serviu de apoio acabou desmaiando por bater com a cabeça no degrau do portão da cela. O terceiro acionou a arma de choque e tentou a acertar, mas a garota desviou e com um chute por trás ela atingiu o guarda no rosto, deu uma rasteira no mesmo e em seguida uma espécie de mortal que terminou em cima do tórax do homem. Os guardas do lado de fora tomaram um susto quando a menina pulou com um chute no que estava na frente, girando de costas e caíndo de pé enquanto o homem chutado quase caía pelo muro do corredor.

Os homens ligando as armas, mas nenhum conseguia a acertar, até que mais guardas surgiram no corredor destravando suas armas com a mira laser sobre o corpo dela. Kalista parou de se mover. Ela não era estúpida ao ponto de desejar a morte de abraços aberto, não quando sabia que a morte poderia demorar mais para chegar.

Ela sabia o que iria acontecer ali. Ela sabia sobre a Exodus, sobre a Terra, sobre os planos do Chancellor. Ela sabia muitas coisas. Porém, diferente da maioria dos que sabiam, Kalista era também uma ameaça física. Ela era a arma que Kutrepov sempre desejou, mas infelizmente ela não era dela.

●●●

Ela rugiu através da mordaça de ferro. Se debateu na cadeira em que estava presa. Ela queria se soltar e pular sobre o rosto do Chancellor, apenas para rasgar a sua face e quebrar o seu pescoço. Ela nem mesmo estava prestando atenção nos outros ao seu redor, eles não importavam, tampouco.

Ao fim do discurso eles foram levados para a nave. Kalista fora presa em uma poltrona quase isolada dos demais. A pulseira já havia sido colocada em seu pulso antes. Um homem se aproximou com a injeção, hesitando sobre o olhar da pequena por um segundo antes de injetar o líquido em seu pescoço. Assim que a injeção saiu de seu corpo a menina moveu-se, dando uma cabeça no rosto do guarda, forte o suficiente para fazer sangue sair do nariz do homem.

Escória. Todos eles.


( 二 )

A nave pousou em solavancos, e logo alguns adolescente já começavam a sair. Kalista respirou pesadamente, devia pensar, pensar... Não havia muito tempo antes de tudo começar realmente. Ninguém ali tinha uma mínima noção do que estava para acontecer. Ela tinha, porém não eram informações que deveriam ser compartilhadas. Seu olhar pousou sobre o garota que havia descido primeiro. Silenciosamente ela fez uma escolha.

Um outro rapaz chegava para a ajudar a se soltar, o único que o fizer, mas não o único que tivera a intenção de tal coisa, como pode confirmar com a aproximação do seu “escolhido”.

— Kalista.— Disse ela, depois de avaliar o rapaz à frente, em uma voz doce e delicada que não usava há muito tempo.

( 三 )

— Peço a atenção de todos os presentes — Nathan começou a falar de modo que todos os outros pudessem ouvir. — Fomos enviados à Terra para ver se o planeta pode ser habitado. Bom... estamos vivos, não estamos?

— Quem colocou esse cara no comando? — Kalista virou seu olhar para o dono da voz. Ela não precisou falar nada, nem mesmo se mover, seus olhos negros passavam tanto ódio e raiva que quase transbordavam.

— Pois bem. Precisamos ir à base militar de Mount Weather. Uma equipe de busca com seis pessoas será necessária para a expedição.

Foi então que dois garotos resolveram fazer exatamente aquilo que não deveriam. Eles deram às costas para o que Nathan estava dizendo, a única pessoa sensata naquele lugar. Kalista chegou até os rapazes em poucos segundos. Deu uma rasteira no primeiro e um soco no rosto do rapaz, enquanto no segundo usou um pouco mais de “esforço” (o que foi feito no segundo, babies). Quando os dois já estavam no chão revirando-se de dor a menina voltou seu olhar para Nathan, assentindo levemente pedindo que continuasse o que dizia. Enquanto Nathan recomeçava a falar ela arrastava os dois jovens caídos pela camisa até a Exodus.

— Eu sei que a maioria dos presentes não tem simpatia pelo Chancellor, mas há uma verdade no que ele disse: agora estamos por nossa conta. E é por essa razão que precisamos achar a base militar. Temos uma segunda chance, temos a oportunidade de viver. Não iremos nos arriscar indo até Mount Weather pelo Chancellor, não pensem assim. Iremos até lá por nós, por nossa sobrevivência.

“Como eu disse, preciso de uma equipe com seis pessoas. Quem está disposto a ir à exploração? Preciso de pessoas que tenham conhecimento, mesmo que pouco, de terras, plantas, animais e alguma habilidade com rastreamento. Não precisam ter todas essas habilidades, mas pelo menos uma delas. Ah, quem tiver o mapa de Mount Weather já pode passar para a jovem que guiará os demais na expedição.


Kalista encaminhou-se até a garota que estava com o mapa, Jinx, pegando-a antes de ir até o grupo escolhido para ir com ela até Mount Weather.

— Peguem ferro, madeiras e pedras ou qualquer coisa, não sabemos se há animais ainda por aqui. — Disse a menina enquanto pegava do chão um pedaço de ferro grande como uma lança. — Vamos.

Kalista caminhou com os jovens por um tempo, até que um som chamou sua atenção. Seus passos pararam, forçando que os demais parassem também.

— O que é esse som? — Perguntou ela para ninguém em especial enquanto aos poucos os outros começaram a o ouvir. Era como passos, mas havia algo mais, algo que eles não conseguiram distinguir. Kalista fez um gesto e começou a correr, em um ritmo que os outros pudessem a acompanhar. O som, porém, os seguia.

DIRETRIZES E REGRAS:

POST DA MODERAÇÃO, SEGUNDA PARTE.
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Mensagem por Lukas Allen Ter Dez 02, 2014 8:25 pm


The Nature ❖
Can I please come down? 'Cause I'm tired of drifting round and round.



{UM} The Expedition

Allen ouviu atentamente as palavras de Nathan, concordando com tudo o que o rapaz falava. Segurou o riso quando Cheng deu uma lição em dois garotos e levantou a mão direita assim que Nathan perguntou quem queria fazer parte da expedição. Allen continuou sendo voluntário mesmo depois que Nathan citara as habilidades necessárias para fazer parte da busca à base militar. Conhecimento? Era um dos hobbies do garoto. Ele não tinha habilidade de rastreamento, mas sabia algumas coisas sobre plantas e animais.

Allen correu até a nave e abriu a mala que estava abaixo do meu assento. Pegou o relógio de pulso e a bússola, e os guardou nos bolsos do casaco que trajava. Voltou ao local onde Cheng se encontrava e encontrou as outras três pessoas que iriam participar da "missão". Ele ficou aliviado por conhecer pelo menos uma delas.

Kalista já havia pegado o mapa de Mount Weather que estava com outra garota. Allen não confiava totalmente na garota, mas achava melhor tê-la como aliada, então decidiu que levaria a busca a sério e faria o que estivesse em seu alcance para ajudá-la.

— Peguem ferro, madeiras e pedras ou qualquer coisa, não sabemos se há animais ainda por aqui. — Disse Cheng, pegando do chão um pedaço de ferro grande como uma lança. — Vamos.

O garoto olhou em volta à procura de algo que poderia servir como arma e escolheu um barra de ferro de mais ou menos 80 centímetros que poderia ser utilizada como um cassetete. Assim que pegou a arma, Allen se juntou à Cheng. Antes de seguirem viagem, Allen anotou mentalmente as coordenadas que a bússola indicava.

{DOIS} The Walk


Caminharam por um tempo até que Kalista parou, fazendo todos pararem. Allen não sabia o que estava acontecendo, mas provavelmente a garota ouvira alguma coisa. Confirmando os pensamentos dele, ela disse:

— O que é esse som? — Allen não sabia ao certo e não teria respondido a pergunta, mesmo se soubesse. Cheng parecia estar falando consigo mesma.

Allen tentou apurar os ouvidos e reconheceu que os sons eram passos, mas não apenas passos. No entanto, ele não soube identificar o que era. Kalista fez um gesto e começou a correr, Allen seguiu em seu encalço.

post: 02 humor: normal companion: equipe de busca

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Mensagem por Graham C. Greyback Ter Dez 02, 2014 8:30 pm




Redemption
We fight for ourselves...
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S
obrevivemos a 100 anos presos no espaço. Nossa espécie foi privada da vida na Terra... Não. Nossa espécie privou a si mesma da vida na Terra. Estar de volta representava uma chance de consertar nossos erros. A escolha, por enquanto, está em nossas mãos: os 100 escolhidos. Olhando para aqueles rostos desconhecidos, tentava imaginar que crimes haviam cometido. Não importa. Seus crimes ficaram na Arca. As personalidades, eles trouxeram em suas malas. Seria prudente não ficar no caminho dos mais perigosos. O pensamento me fez voltar o olhar para a garota de olhos puxados.

Não demorou, até que uma liderança surgisse entre os delinquentes. O mesmo garoto que abriu os portões da Exodus, agora falava para todos ali presentes. As palavras eram as de um líder nato. Restava saber se teria pulso para lidar com os criminosos. Você também é um criminoso, não use a terceira pessoa para se referir a eles.

— Pois bem. Precisamos ir à base militar de Mount Weather. Uma equipe de busca com cinco pessoas será necessária para a expedição. — Disse o rapaz, mantendo a firmeza em cada palavra.

Não foi o bastante, no entanto. Dois jovens decidiram se opor às ordens da nova liderança. A garota da camisa-de-força tratou de neutralizar a força opositora. Todo líder precisa de um brutamonte. Guardei o pensamento, depois de disfarçar o sorriso que surgiu em meu rosto. A verdade é que, de um jeito ou de outro, o único modo de sobreviver seria a união.

“Preciso de pessoas que tenham conhecimento, mesmo que pouco, de terras, plantas, animais e alguma habilidade com rastreamento.” Ouvi as palavras do rapaz. A lembrança de meu pai preencheu minha mente. Não imaginei que, um dia, poderia usar seus ensinamentos em um evento prático. Pensar nisso me fazia sentir mais próximo dele. Talvez assim, ajudando esses estranhos a chegar a Mount Wheater, possa preservar a lembrança de meus pais.

— Vão precisar de um rastreador. — comentei, enquanto levantava o braço. — Posso ajudar nessa cruzada.

De repente, estava numa aventura, liderado por, talvez, a pessoa mais perigosa daquele grupo. Não via isso como um revés, na verdade. Qualquer ameaça no caminho seria barrado pela garota, sem sombra de dúvida. Pelo menos era o que eu pensava.

“Peguem ferro, madeiras e pedras ou qualquer coisa, não sabemos se há animais ainda por aqui.” O conselho da garota me pareceu bastante sensato. Sem demora, comecei a vasculhar o chão, até encontrar um galho que pudesse me proteger. Em minhas mãos, levava agora um pedaço de madeira não muito grande. A forma assemelhava-se a o de um tacape. Apesar das armas improvisadas que carregávamos, agora, pensava se tudo isso seria o bastante para deter qualquer evento que impedisse a nossa expedição. Infelizmente, não havia tempo para pensar nisso. A garota de olhos puxados partiu pelo caminho que julgava ser o correto. O restante apenas seguiu junto à garota.

×××


Não havia trilhas que pudessem nos guiar até o local almejado. Mesmo assim, durante o passeio, conseguia distinguir alguns galhos quebrados e marcas deixadas por animais, sobre a terra fofa. A caminhada não durou muito, no entanto. Kalista interrompeu os passos repentinamente.

— O que é esse som? — perguntou a menina.

Somente quando todos os outros fizeram silêncio, pude ouvir o som distante que atravessava a vegetação. Num movimento quase instintivo, todos começaram a correr, seguindo as ordens da jovem. Era inútil. O som nos acompanhava e, algumas vezes, até me parecia mais nítido. É uma questão de tempo até que o sangue se misture à terra.



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Mensagem por Thea Winbledeaux Ter Dez 02, 2014 8:47 pm



we belong way down below
thea is at the earth with kalista and the expedition group. she wears t h i s and is not confused at all.

"mamãe passou açúcar em mim"

O
Sol foi a primeira coisa que notei. Assim que saí do caixão de metal onde deveria ter morrido durante a viagem, pulei na grama e estendi os braços, dando um grande abraço no calor que sempre sonhei em sentir. Depois, vieram os odores. O ar era uma mistura de ingredientes tão puros, tão diferentes daquele que respirávamos na Arca, impossíveis de descrever. Antes que pudesse terminar de curtir meu momento one on one com a Terra, o resto dos 100 começaram a sair da nave, aglomerando-se na clareira formada pelo nosso pouso forçado. Conforme a multidão ia aumentando, percebi que seria impossível ficar ali. Pelo menos para alguém da minha altura. Perto daqueles adolescentes eu era basicamente uma anã. — Dá licença. Licença... Caramba, sai da frente! — Comecei a me espremer entre as pessoas, empurrando meu caminho até um espaço com ar o suficiente para respirar.

Assim que alcancei os limites da clareira, encontrei um bela árvore, baixa o suficiente para eu conseguir escalá-la. Nunca tinha feito isso antes, porém, depois de ler alguns contos dos tempos antigos, sempre tivera vontade. Enquanto me esforçava para erguer meu peso até um galho forte o suficiente para me aguentar, uma voz se fez ouvir no centro da aglomeração. Com certa dificuldade, me sentei na árvore e ajeitei o caderno dentro da blusa, logo em seguida mirando minha curiosidade na comoção que se formava. O rapaz que abrira os portões da nave auxiliar estava no centro de tudo, falando com naturalidade, como se fosse nosso líder eleito. A não ser que tenha perdido alguma coisa, ele não era.

Do ponto onde me encontrava tinha perfeita visão da área, porém audição não tão boa assim. Juro que tentei me concentrar no discurso motivacional, mas, deixa eu falar uma coisa, é difícil pra burro focar em simples humanos quando há um universo novo de tudo diante de seus olhos. Tudo tão verde. Tudo tão belo. Tudo tão... Espera, ele disse expedição? Aquilo sim chamou minha atenção.

Ainda com certa dificuldade, ouvi o resto do discurso, o coração martelando no peito. Era a tarefa pra mim, disso eu tinha certeza. Conhecimentos terrestres: um pouco mais do que devia. Hidrografia e geografia: nível acadêmico. Pela primeira vez desde que fui presa, agradeci à seja lá quem for a pessoa que comanda isso tudo (Deus, Alá, Chuck Norris...) por ter lido tantos arquivos proibidos.

Assim que o menino - ele se apresentou como Nathan -  acabou de falar, pulei da árvore e caí no chão, um pouco menos graciosa do que o planejado. — Eu topo! — Após me candidatar para a expedição percebi que não conseguia ser vista lá da frente. Bufei de raiva e comecei a empurrar as pessoas que bloqueavam o caminho, dispensando o "por favor" dessa vez. — Meu nome é Thea, e eu tô dentro. — Abri um sorriso para Nathan, que saiu mais megalomaníaca que simpática.

Era hora de botar pra quebrar. Literalmente, se estivéssemos com sorte.

o o o

Enquanto o resto dos ex-prisioneiros se preparavam para sair, consegui correr para a floresta e trocar as roupas nojentas da Arca pelas confortáveis e limpas que estavam dentro do meu baú. Enterrei meu caderno enrolado nas vestes antigas embaixo de uma bela nogueira, mais velha que o morador mais velho da história das 13 estações espaciais. Seria impossível esquecê-la. Calcei os coturnos e prendi minha corrente ao redor do pulso direito, deixando longe do caminho, onde não atrapalharia. Quando voltei para a "base", vi que o pequeno grupo se reunia ao redor da oriental antes amordaçada.

- Peguem ferro, madeiras e pedras ou qualquer coisa, não sabemos se há animais ainda por aqui. - Ela disse, para minha surpresa. Que tipos de ameaça poderia nos esperar em um planeta que passou os últimos 97 anos amaldiçoado pela radiação? Eu não a questionei, claro, já que parecia saber do que estava falando. Agarrei um pedaço de metal torcido jogado no chão, perto da nave, e voltei para perto do grupo.

Enquanto Kalista - a japinha - nos guiava, minha mente fazia uma dancinha feliz patética. Era bom demais estar fora da solitária.

o o o


Realizar algo na prática é mil vezes mais complicado do que nos livros, disse alguém muito inteligente, em algum momento da história humana. Durante o trajeto, observava o solo e nosso entorno, decorando cada curva que virávamos, cada planta que contornávamos e cada marca que deixávamos no chão. Depois de um tempo ficou mais fácil distinguir nosso próprio rastro do chão enlameado. Nunca admitiria a ninguém, porém, em meio às minhas tarefas, procurava desesperadamente o mínimo sinal de vida. Queria muito saber que esse planeta não ficou abandonado após a guerra.

Estávamos caminhando já fazia um tempo quando percebi que havia alguma coisa errada. Olhei sobre meus ombros, estranhando a quietude da mata. Era quase como se alguém estivesse nos observando. Bom, posso confirmar que minha hipótese não era muito diferente da verdade. Kalista interrompeu os passos, de repente.

- Merda - Sussurrei. Algo estralou perto de nós e, quase como que por instinto, começamos a correr.

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Mensagem por Babette Hamönerrvt Ter Dez 02, 2014 9:52 pm

OUR WALL, OUR SURVIVAL

ON, FRIENDS
IT'S TIME TO TAME DE WORLD
'CAUSE WE ARE SURVIVORS
WE ARE WARRIORS
WE ARE THE HOPE
WE ARE RADIOACTIVE



Rápido, esperançoso, seu olhar percorreu pelos rostos dos presentes. Eram muitos, mas talvez a sorte ainda estivesse consigo. Deveria haver um motivo para Casey Grey ter parado de ir lhe visitar. Talvez tivesse sido presa. Era uma esperança cega, mas ainda assim uma esperança.

Sua busca foi interrompida ao ouvir a voz do garoto. Era ele. O garoto que abrira as portas da nave para o mundo novo. Sua pergunta no íntimo foi verbalizada por um jovem perto de si. Afinal, quem elegera-o ao comando? É claro que havia todo um ar de liderança em sua voz, mas não havia regras ali. O olhar lançado ao autor da pergunta pela garota de olhos puxados que usava camisa de força na Arca foi o suficiente para calá-lo. Babette gostou dela.

Dois indivíduos nada sortudos deram as costas ao orador, desmotivados. Viu de relance a garota correr para ambos e colocá-los no chão em um espaço de tempo tão curto que Babe decidiu nunca irritá-la. Preferia tê-la como aliada do que como inimiga. Estavam na Terra. Não havia lugar para pessoas fracas.

O discurso motivacional sobre Mount Weather era até tocante, mas Babette não ofereceu-se para acompanhar a garota da camisa de força. Alguns levantaram a mão, depois abaixaram só para outros levantarem. Não havia lugar para ela ali. Ficar com os restantes era sua melhor opção.

[ ... ]

Após a equipe de expedição tê-los deixado, veio a proposta de trabalho. Babette olhou ao redor, e viu árvores e mais árvores espraiando-se até onde sua vista alcançava. Eram 95. Nada poderia abalá-los. Mas acatou. Eram somente adolescentes. Precisavam de alguém sensato para colocar moral. E isso valia para o garoto cujo nome não fazia ideia.

A morena viu-o seguir para dentro da nave, provavelmente para procurar por coisas que ajudassem na ascensão da muralha. Ela mordeu a parte de dentro da bochecha, olhou para os lados com a última esperança de ver o rosto conhecido da amiga, e seguiu para a nave.

Entrou, e lá estava ele.

Eeeeei — chamou para atrair sua atenção dispersa. — Precisa de ajuda?



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Mensagem por Eileen Clyte Qua Dez 03, 2014 12:51 am

that's when I can finally breathe

O sol em seu rosto era definitivamente a nova sensação favorita de Eileen.

A garota decidiu aquilo poucos segundos após sair da nave, ainda levemente tonta por causa da pureza do ar. Estava quente, e era tudo tão verde que ela poderia olhar as plantas por horas. Os tons de cores se misturavam brigando por atenção de um jeito que ela nunca havia visto na Arca, e naquele momento Eileen se sentiu sortuda e abençoada, podendo estar lá, naquela Terra. E entendeu porque estavam tão ansiosos para voltar.

Por ela, teria ficado lá, parada, absorvendo a informação de que estavam vivos e no chão por mais longos minutos, mas infelizmente nem todos compartilhavam o mesmo desejo. Não passou-se muito tempo até que um garoto começasse a falar, e o carisma irradiando de sua voz fez com que a menina erguesse os olhos imediatamente, a atenção voltada para ele.

Concordava com o que ele falava — precisavam ir para Mountain Weather, e também precisavam de um líder. Por ela, se ele quisesse assumir aquela posição, que ficasse à vontade. Mas aparentemente nem todos pensavam assim, e dois garotos deram as costas para o grupo, se afastando. A garota também não se importou: na verdade, ela mal notou. A menina oriental, por outro lado, se importou, e muito, pois logo os dois estavam no chão após uma boa surra.

Eileen arregalou os olhos. Não conhecia a moça, mas a partir daquele momento lembraria-se dela, e tentou decidir se a temia ou respeitava, sem sucesso. Decidiu então que fazia os dois.

O garoto continuou seu discurso, e Eileen sentiu uma enorme vontade de perguntar o nome dele. Odiava quando as pessoas não diziam seus nomes. Suspirou novamente, esperando atentamente que o desconhecido acabasse de falar para que ela pudesse passar mais um tempo admirando o local, mas a ultima frase dele chamou sua atenção: precisavam de voluntários.

Geralmente, aquilo não era o tipo de coisa que Eileen fazia. Preferia ficar na sua, ajudar com o que pudesse dentro de sua zona de conforto, sem chamar atenção desnecessária para si. Mas de onde estava, sentiu um leve empurrão no braço de alguém sendo empurrado por outra pessoa — um efeito dominó provocado por algum impaciente — e uma voz conhecida vindo de sua direita.

— Meu nome é Thea, e eu tô dentro.

Eileen prendeu a respiração. Thea. Queria ficar perto dela, tinha que ficar perto dela, alguém conhecido. Conforto. Segurança. Repassou o que o garoto havia dito em sua cabeça. "Terras, plantas, animais... Certo. Eu posso fazer isso. "

Deu alguns passos a frente, os olhos pequenos brilhando e um pequeno sorriso plantado em sua face.

— Eu também quero ir. — Ergueu sua mão, como se os dedos pudessem encostar o céu. E quando o menino apontou para ela, a oriental, Thea e outras três pessoas, decidiu que deveria se apresentar. — Eileen.

É claro, a sorte não a ajudaria, então quando se juntou aos outros, Thea não estava lá. Na verdade, só chegou pouco depois, com a roupa trocada. Eileen tentou sorrir para ela, chamar sua atenção sem parecer patética ou atrapalhar a oriental que começava a falar (afinal, tinha medo que lhe acontecesse a mesma coisa que acontecera com os garotos).

Não conseguiu, e a timidez misturou-se com a insegurança. Temeu que a amiga de infância não se lembrasse dela, portanto resolveu focar-se na tarefa: pegar algo com que pudesse se defender, um galho, uma pedra, metal... Seus olhos vasculharam o chão até que ela achasse um galho mais ou menos do tamanho de seu antebraço e uma pedra que poderia jogar em alguma ameaça, o que quer que fosse que viveria naquela Terra , radioativa ou não, abandonada há tantos anos.

•—•—•

A caminhada foi silenciosa, e vários motivos impediram Eileen de falar. Tinha medo que a oriental, que obviamente havia assumido a liderança, ficasse brava. Tinha medo que Thea não se lembrasse dela. Céus, tinha medo dela mesma estar confundindo a menina com alguém. Então, calou-se, como sempre fazia, e tentou continuar andando, tentou clarear a mente.

— O que é esse som?

A garota olhou em volta, e tentou apurar os ouvidos. Aos poucos, foi ficando mais claro, e ela pôde ouvir algo. Passos. Mas não era somente isso. Não, havia algo mais, algo que Eileen não conseguia distinguir ou entender... Algo que ela não teve tempo de tentar entender, pois logo a menina que os liderava corria, e os outros também, e a morena teve de segui-los.

Para a infelicidade de Clyte, porém, ela não era a única que seguia seus companheiros. O estranho som também o fazia, continuando tão claro quanto antes. E apertando o galho em sua mão com mais força, conseguiu ouvir Thea xingando não muito longe, e não achou que nenhum outro comentário fosse mais adequado para a situação.
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Mensagem por Blake Carter Qua Dez 03, 2014 1:13 am



Let's start this shit
Back to Earth was never an option but...


1 DE DEZEMBRO DE 2232
ESTÁVAMOS NA ARCA
II PARTE – CONSTRUÇÃO

Sentir o solo natural debaixo de meus pés era uma sensação incrível, o ar puro adentrando minhas narinas era igualmente excepcional. As florestas, os raios solares penetrando suas folhas onde o verde predomina, desertos e mares. Tínhamos o mundo todo para descobrir os mistérios do planeta, como meu pai me contava. Eu queria poder ver tudo aquilo, desfrutar de tudo o que a natureza oferecia, porém o Chanceler não havia errado em uma coisa: estávamos sobre nossa própria conta e risco. Precisávamos de suprimentos e, naquele ponto concordava com o tal Nathan, embora não estivesse bem em receber ordens de estranhos.

O 'líder' havia dado ordens de que criassem uma equipe de expedição, cinco pessoas -- incluindo Kalista -- iriam prosseguir com uma busca por Mount Weather e seus mantimentos. Observei um por um se alistando, até que, de relance, vi uma figura familiar caminhando até os quatro. Era Alex. Ele seria o quinto? Não, não o deixaria sair com tantas dúvidas no ar. E, mesmo que ele fosse, eu seria obrigado a acompanhá-lo, protegê-lo é meu dever.

Caminhei entre os alheios, abrindo caminho e, por sorte, o alcancei a tempo. Minha mão pairou sobre seu ombro e, instantaneamente ele se virou. O silêncio prevaleceu por alguns segundos.

— Acha que já vai sair assim? — Perguntei, rindo e o abraçando. — Está mudado, Alex. É bom te ver inteiro.

— Cara... — Eu reconhecia aquele olhar, sabia o que estava por vir.

— Não, não, sem sentimentalismo. Estamos a salvo, irmão.

Por fim, Kalista tinha todos seus acompanhantes na expedição. Senti-me um tanto desanimado, pois não desprezo uma aventura, mas talvez fosse hora de aproveitar aquilo tudo. Ou, talvez fosse hora de trabalhar pesado para depois aproveitar aquilo tudo. E foi o que aconteceu. Nathan havia sugerido que criássemos uma barreira em volta de nosso futuro Acampamento. Até mesmo os contrariados haviam apoiado a ideia e já se mexiam, então apenas expressei um sorriso debochado para meu irmão. Vamos ao trabalho.

Optei por ajudar na construção das barreiras, recolhendo os destroços da Exodus. Procurei em locais que o 'líder' ainda não havia olhado, vasculhando canto por canto. Não era tão fácil como as falas de Nathan haviam aparentado, mas logo me acostumei com aquilo, em questões de minutos já tínhamos coletados barras de ferro e empilhado em um único canto. Caminhei novamente até a nave, observando com atenção cada brecha que havia se abrido com a queda. Percebi, então, que com um pouco de esforço conseguiria arrancar uma enorme peça metálica presas em fios e parafusos. Não era nenhum mecânico, como Alex ou um dos melhores no assunto, mas possuía força bruta.

Meus dedos fincaram-se no destroço, forcei um dos pés contra a nave para ajudar-me. Usei toda minha força, os dedos ficavam doloridos e eu podia escutar o som de cabos se soltando e peças se desprendendo. Por fim, após muito esforço, o destroço caiu no chão e meu alívio fora espontâneo. Encolhi as mangas de minha blusa até o cotovelo, respirando fundo e observando o que os outros faziam. Recolhi o destroço e simplesmente o joguei no monte de peças, caminhando até a Exodus. Ninguém parecia se importar com as barracas, então eu o faria. Foi lá dentro que eu a vi, no segundo andar, parada em um canto observando peças e engrenagens soltas por dentro da nave. Tão fechada, reclusa. E uma marca roxa na bochecha, tão aparente que deixava dúvidas sobre a antiga prisioneira. Tentei não perder o foco com aquilo, embora estivesse intrigado com a morena.

Novamente em terra, meus novos companheiros recolhiam cipós e madeira para a barreira, estavam trabalhando duro, porém aquilo não ficaria pronto em um dia. Teríamos um trabalho árduo.
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Mensagem por Endora Foxx Qua Dez 03, 2014 1:42 am


We're back bitcheeeeees!

[Fiz cagada aqui... salvei a edição que na verdade era o próximo post, então esse aqui foi perdido.]

Me permiti parar para respirar depois de, incansavelmente, colher madeiras e cipós na parte da floresta que circundava nosso precário acampamento. Com Connor, estar ali não era ruim; pelo contrário, era mais do que esperávamos. Realmente, a Arca estava precisando reestudar a Terra.

Esse pensamento que com certeza não pertencia somente a mim se fez certo quando todos os presentes na redondeza da nave puderam escutar um feroz rugido. Imediatamente eu me endireitei, buscando o animal que se pronunciou. Ao vê-lo, senti um arrepio percorrer meu corpo todo.

— Connor... — trouxe meu amigo de volta a Terra outra vez. Talvez estivesse paralisado de medo, dada a expressão em seu rosto. — Vá para a Exodus com cuidado. — sabia que ele não seria capaz de enfrentar uma criatura daquelas - talvez nem eu -, mas a maioria dos jovens não se dispôs para lutar, e por isso o fiz.

Depois de intercalar o olhar entre Nathan e o espécime de puma, foquei-me no segundo, já que era a ameaça. Do ponto em que estava, investir contra o animal seria rumar para a morte, portanto não faria deste modo.

Rapidamente olhei ao meu redor. Precisava de uma arma. Então agachei sutilmente na diagonal e apanhei um pedaço mediano de ferro e uma pedra de tamanho semelhante ao de um tijolo quase inteiro, ambos numa pilha que provavelmente seria usada para a construção do muro.

Não saberia definir o meu estado emocional. Ao mesmo tempo em que tentava aceitar a iminente morte, sabia que era um imenso erro fazer isso, mas sim positiva e mentalmente dizer que esse seria o primeiro desafio a ser enfrentado em nossa nova casa. Pensamentos infeliz, desestimulantes e desinspirados foram filtrados para o lixo de minha mente.

Apresentei-me para o trabalho em seguida, saindo da antiga posição em que estava - levemente escondida atrás de algumas barracas, próxima do muro. Dali, olhando Nathan, o via alguns metros para frente, e por alguns segundos eu não teria dado de cara com a criatura ao sair do meu esconderijo.

Com a falsa lança numa mão e a pedra em outra, aproveitei a investida de outros três adolescentes para atacar. Ao passo em que tentavam simplesmente estocar a parte traseira da besta, eu arrisquei perfurá-la num ponto próximo ao seu ânus. Isso se nossa aproximação tivesse sido bem feita. Do contrário, eu estava preparada para dar uma pedrada na cara de um animal gigante.



Última edição por Endora Foxx em Seg Dez 08, 2014 11:37 pm, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Carnation Vërr-Triesgard Qua Dez 03, 2014 12:28 pm

We are the warriors that built this town from dust


THE “F” DAY
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Kalista veio pegar o mapa das mão de Jinx, que sem qualquer esforço para ficar com ele o entregou. Primeiro porque irritar a baixinha definitivamente não era uma boa ideia, segundo porque não tinha intenção de ir com eles, pelo menos não naquele momento. Ela tinha outras coisas à fazer, coisas mais importantes, ao seu ver ao menos.

Havia algo que a incomodava. Algo que incomodaria qualquer um dos delinquentes se fosse aberto à discussão: as pulseiras. Ela tinha conhecimento que as pulseiras passavam sua informações para a Arca contando se estava “bem”. Ela não queria que eles pensassem que estava bem. Não tinha mais que a importavam lá em cima, eles não eram mais o seu povo, nunca foram. Seu povo estava ali embaixo.

Carnation pegou um pedaço achado de ferro e correu até uma árvore para escalar. A adrenalina aumentando em seu sangue há cada momento. Ela ficou em pé em dum dos galhos firmes da grande planta, um passo de cada vez e logo ela já estava no meio do galho. Não era uma queda tão grande, ela pensou. Carnation respirou profundamente, seu coração acelerando por muitos motivos: adrenalina, o vento, o cheiro das plantas, a Terra. Ela pulou. Seus pés chocaram-se contra o solo pesadamente antes dela rolar por ele. Nunca havia pulado daquele jeito. Sim, já havia feito piruetas em gravidade zero, pulado de um duto para o outro, mas nada se compara àquilo. Suas pernas doíam levemente, e agora haviam leves arranhões em sua palma, mas ela sabia que seus dados na tela da Arca pareceriam mais reais para sua "morte".

Algumas pessoas apenas a fitaram estranhando suas ações, mas ela não se importava. Nunca se importou com os outros, não era naquele momento que o faria. Carnation sentou-se e com o pedaço de ferro que segurava o encaixou na pulseira, fazendo força para cima para a tirar.

— Vamos lá, maldita. Deixe-me morrer. — Ela resmungava enquanto continuava a fazer pressão sobre o objeto de metal.

Com um click – e dor – a pulseira desgrudou-se de seu braço. Dois pequenos furos encontravam-se na lateral de seu pulso onde duas agulhas ficavam na pulseira. Ela queria saber mais sobre o objeto, seu lado mecânico parecia clamar por isso. A garota levantou-se, colocou uma mecha atrás da orelha e rumou para dentro da Exodus, estava mais preocupada com a funcionalidade da pulseira e o que poderia fazer com ela e seus materiais do que em ficar montando o acampamento.

NÃO REVISEI, SORRY

as a child, you would wait and watch from far away



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Mensagem por Alex Carter Qua Dez 03, 2014 3:16 pm


Terra



1 DE DEZEMBRO DE 2232
ACAMPAMENTO
UMA NOVA SOCIEDADE

Chegáramos em segurança. Muitos ficaram surpresos, outros, animados, e todos deviam concordar: A Terra era linda. O ar puro, a natureza, toda aquela exuberância... Era como estar em casa depois de muito tempo. Lar, doce lar. Ver aquilo com os próprios olhos era uma sensação dez vezes melhor que estudar os livros da Arca. Não tinha comparação.

O meu lado curioso me dizia para sair por aí explorando, absorvendo a maior quantidade de informações que conseguisse sobre a Terra, mas não podia ceder aos caprichos. Havia outras coisas em primeiro lugar: precisávamos buscar suprimentos e construir um acampamento, caso contrário dificilmente sobreviveríamos.

Aliás, eu gostara do modo como Nathan havia tomado a dianteira do grupo. O sujeito era sereno e seguro de si, demonstrava confiança. Mesmo que eu fosse a favor de uma votação para decidir quem ficaria na liderança, por ora a democracia deveria ser deixada de lado. Mais para frente, quando as coisas se normalizassem, traria o assunto à tona.

(Ah!, pobre Alex... Mal sabe ele que, desde que pisou na Terra, nada mais seria normal.)

Assim que Nathan falou sobre o grupo de exploração, dei um passo à frente sem hesitar. No entanto, algo me impediu — ou melhor, alguém. E como eu o conhecia.

Fazia tempo que eu não via Blake, e o reencontro não podia ser melhor. Eu já estava duvidando da possibilidade de ele também ter vindo, mas ali estava, com aquele sorriso debochado e cínico. Abracei-o com força, sem conseguir segurar o riso. Era bom ter meu irmão comigo de novo. Na Terra poderíamos construir uma nova vida. E logo o velho Abraham viria com os outros da Arca. Nem em meus melhores sonhos podia ser melhor.

— Cara — comecei, mas ele me interrompeu. A pose de durão nunca o deixava, afinal.

O grupo de exploração estava pronto para partir. Entre eles, reconheci Lukas, meu antigo companheiro de cela. Acenei com a cabeça para ele, mas não tenho certeza se notou. No mais, havia trabalho para fazer. Os muros não se levantariam sozinhos.

[...]

Carregar madeira e ferro não era a pior coisa do mundo se comparada à prisão na Arca. Eu podia fazer aquilo por horas e ainda manter o sorriso. Tinha vontade de me cansar somente para respirar mais e mais daquele oxigênio delicioso e infinito.

Parei por um momento, estiquei as costas e limpei a testa com as costas da mão. Tirei a blusa e a coloquei sobre o ombro, observando os outros em suas tarefas. Foi então que percebi alguém deslocado, mais preocupado com o que fazia do que com a tarefa do acampamento. Franzi a testa e me esforcei para tentar lembrar o seu nome.

Carnation, era isso? Se não estivesse errado, ela era um dos prisioneiros que ficara na solitária. Não sabia o motivo.

Ela passou por mim sem sequer me olhar e entrou na Exodus. Ponderei por um instante a possibilidade de tentar puxar assunto. No ruim de tudo, ganharia um olhar torto e seria mandado embora. E, bom, estávamos os 100 vivendo no mesmo lugar. Não podíamos nos evitar a todo momento. Vamos lá, pois.

Entrei na Exodus, aproximei-me de Carnation sem grandes pretensões e me escorei numa parede a uns dois metros da garota.

— Não deveria ter tirado a pulseira — comentei, fazendo um gesto com o queixo. — Mesmo não simpatizando com o Chanceler, há crianças e pessoas inocentes na Arca. Eles têm tanto direito quanto nós de viver aqui — terminei. Esperava que meu tom de voz houvesse soado o mais neutro possível e que ela não interpretasse como uma represália.
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Mensagem por Kalista Cheng Qui Dez 04, 2014 4:53 pm


I am your
reaper
I am the plague, the pain, the death. I am the one who will appear in your nightmares, baby.




( 四 )

— Dàn shénme shì dìyù...? — Resmungou Kalista em um idioma antigo, o qual fora perdido dentro da Arca por aqueles que o falavam. Mas, tal como muitas outras coisas, sua família o manteve vivo.

O som dos estranhos passos ainda os perseguia pela floresta, mesmo que eles não conseguissem ver seu perseguidor, aparentemente o perseguidor conseguia os ver. O pior naquela situação não era o fato de estar sendo perseguida, e sim de que as pessoas que corriam com ela eram bem mais lentas. Correr não era a solução, mas acabou trazendo-a.

Kalista ouviu a mudança do som de seus passos sobre a terra quando acertou algo. Era um som pesado, não o de metal como na arca, mas como se pisasse em pedra. Ela parou, os outros porém continuaram a correr, só parando quando perceberam que Kalista estava parada lá atrás. Os cinco voltaram, alguns achando que ela tinha um plano, outros apenas que ela louca.

– Dois de vocês, vigiem minhas costas e me digam quando avistarem algo... Ou alguém. – A garota disse olhando-os com seus frios olhos escuros. Dois dos cinco foram para trás dela, olhando para a direção de que haviam vindo. O som ainda se aproximava, misterioso e ruim. – Você, o da barra de ferro, marque o local em que estamos no mapa com alguma coisa, o local da Exodus e nosso caminho até aqui caso lembre. – Kalista entregou o mapa na mão de Lukas, depois fez um gesto para os outros dois para que a ajudassem.

Cheng afastou folhas, terra e algumas raízes com a ajuda dos outros dois, e em poucos segundos uma espécie de entrada de concreto surgia. Seria ignorada por qualquer outro olhar que não soubesse de sua existência por conta do musgo esverdeado que a cercava. A garota e os outros dois forçaram a trava do portão e a abriram, quase no mesmo segundo que um dos vigias se pronunciou:

– Kalista, está se aproximando. – O som havia aumentado bem mais, apesar de nítido ainda não havia reconhecimento naquilo. Eram passos, mas não humanos. Os dois vigias, contudo poderiam ver uma macha grande marrom surgindo pelas folhagens verdes.

Eles não viram mais que isso já que no próximo segundo a líder da exploração os mandava entrar no bunker. Somente depois dos cinco entrarem que ela entrou também. Estava escuro lá dentro e o ar parecia com o da arca, mas apesar de abafado ainda era bem melhor que o de lá.

Os passos estranhos ecoaram por cima do bunker.

– Quatro patas? – Kalista sussurrou depois de contar. Ela ficou alguns segundos em silêncio quando o som das patas pararam. – Um cavalo...

O animal ainda estava ali em cima, seu trote podia ser ouvido facilmente pelas pessoas no bunker enquanto ele parecia indeciso par aonde ir.

Os jovens encontrara velas e fósforos antigos, uma lamparina e mesmo uma lanterna – que por um milagre divino ainda funcionava. Haviam travesseiros, cobertores, livros, e várias outras coisas úteis ali dentro. Kalista pegou um canivete suíço que estava em cima de uma mesa de ferro.

– Muito bem, peguem o que acharem necessário. Procurem por armas. Isso parece um bunker de habitação então armas de fogo não serão encontradas, mas deve haver uma faca ao menos, pedaços de ferro e afins. – Kalista olhou para o teto de concreto do lugar.

O cavalo havia parado, não parecia mais indeciso. Primeiro foi um salto e depois passos. Mas não de um animal, e sim de um humano. Humano este que parecia estar montado no cavalo.

Foi então que eles ouviram.

O som veio abafado até eles, mas eles compreenderam o que era. Uma pessoa estava falando.

( 五 )

Eles esperaram por um tempo até pensarem estarem seguros. Durante um tempo ouviram mais alguns passos lá em cima. Carregavam em mochilas que haviam encontrado no bunker coisas que acharam necessárias, mas não tudo que podiam, já que ainda iriam para Mount Weather e levar muito peso não era uma boa ideia.

– Os que sabem da Terra, hm... Rastreadores vão na frente, nós vamos... – Um dos rastreadores a interrompeu.

– Ei, quando a gente chegou aquela árvore estava daquele jeito? – A pessoa apontou para uma árvore à direita que possuía marcas fundas.

– Esse sangue também não estava aqui. – O outro rastreador apontou para uma macha vermelha do outro lado.

– Nem aquele braço. – Outra pessoa falara.

Kalista segurou o pedaço de ferro mais firmemente, o canivete com a parte da faca já erguido e segurado pela outra mão. Um som surgiu de repente atrás deles e um javali de pelagem azulado surgiu logo atrás deles, suas presas de marfim maiores que os desenhos que eles viram do animal na Arca. O próprio javali maior do que eles imaginaram; na verdade, eles nem mesmo o imaginavam azul, mas lá estava ele. O animal bufou para os jovens, apesar de estar sozinha ele não se via como presa.

Eles não tiveram uma reação imediata, mesmo porque não havia como, já que no outro segundo um segundo animal surgia. Esse animal bem mais assustador e pior que o primeiro. Era uma pessoa, mas não parecia com uma.

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Mensagem por Valentine Schmitz Sex Dez 05, 2014 5:04 pm


Go to hell for heaven's sake
TERRA| 1° DE DEZEMBRO | POST 002 | THE 100





A Terra aparentava ser habitável.

Pelo menos nesses primeiros minutos ninguém havia morrido. Todos estavam usufruindo do saudável e úmido ar local.

Nada parecia tóxico.

Valentine lembrou-se que deveria comunicar à Arca sobre o pouso e as condições do lugar o mais rápido possível, mas não sabia se desejava isso. Odiava todos daquela nave, então era mais prazeroso deixá-los sem notícias por um longo tempo até acharem que os 100 morreram. Um dos problemas era o fato do Chancellor não ser tão tolo: Aqueles braceletes não foram colocados em todos apenas para ficarem de enfeite. Com o conhecimento da garota em mecânica, estava mais que óbvio para ela que eles levavam algumas informações até a Arca.

“É tão ridículo”, a garota trincou os dentes e pegou alguns pertences que os guardas colocaram debaixo de seu banco, levando-os para um compartimento da nave mais iluminado. “Eles mandam os ratinhos inúteis para a Terra e estão pouco se fodendo se sobreviverão. Só se importam de saber se é seguro descer”. Um sorriso irônico brotou no canto de seus lábios e ela balançou a cabeça, abrindo a caixa de ferramentas em cima de uma bancada livre. “Sempre individualista. Sempre preocupado só com o seu próprio bem. Não vou ganhar porra nenhuma se mandar uma mensagem para você, querido Chancellor. A Terra é habitável e exclusivamente nossa agora. Se vocês viessem para cá..." Valentine fechou o punho, inspirando e expirando lentamente, como sempre fazia para controlar sua raiva.

Um ruído trouxe a morena para a realidade, fazendo-a perceber que havia tirado algumas ferramentas da caixa, no entanto não sabia quais. Por esse motivo começou a refazer o processo até algo voltar a incomodá-la. Um calafrio percorreu-lhe a nuca e um rolo de fios caiu de sua mão quando percebera que alguém a observava. Mesmo não sendo um gesto anormal ou ofensivo, seu instinto a fez abrir os lábios para perguntar o que o garoto tinha perdido ali, mas lembrou-se que deveria ser educada caso quisesse sobreviver na Terra, então suspirou e o ignorou.

— Idiota. — dirigiu-se a alguém, num sussurro. Garoto ou Chancellor, nem ela sabia ao certo.

Ainda irritada, escolheu alguns alicates e uma chave Phillips média, colocando-os nos bolsos da calça. Pelo que tinha ouvido, um grupo dos 100 havia saído para buscar os alimentos e o resto estava cuidando da confecção de uma cerca e da montagem de barracas, já que precisariam de segurança para passar as noites. Como ninguém estava precisando de uma mecânica ainda, decidiu ajudá-los.

Antes de sair da Exodus, arrancou três vigas de ferro que não faziam parte da sustentação da nave, levando-as consigo. A paisagem fez Valentine parar no momento em que pisou em terra firme. Não havia reparado em nada ainda, por isso fora pega desprevenida com a beleza das árvores e do céu. Respirou fundo, desesperada para que o ar puro entrasse o mais rápido em seus pulmões.



Val não conhecia nenhuma das pessoas que estavam ali, já que a maioria ficara presa por muito tempo e ela só frequentara a cela um dia antes de fazer a viagem. Não tinha o interesse de conhecê-las, mesmo sabendo que seria obrigada a fazê-lo com o tempo, então enquanto isso preferia agir sozinha. Focando sua atenção no trabalho novamente, caminhou até um ponto perto das árvores e soltou as peças no chão, calculando mentalmente quantas barras de metal deveriam ser usadas para proteger todo o acampamento. Não sabia se tinham tantas, mas madeira também servia e era fácil conseguir.

Com a ajuda de uma cavadeira, começou a fazer buracos no chão, jogando a terra retirada ao lado — posteriormente a usaria para colocar em volta das vigas, auxiliando na sustentação das mesmas.

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Mensagem por Graham C. Greyback Sex Dez 05, 2014 5:49 pm




Redemption
We fight for ourselves...
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O
som dos passos parecia se aproximar cada vez mais, não importava o quanto corrêssemos. Kalista resmungava e usava palavras que eu nunca ouvi, enquanto corria um pouco mais rápido que os outros. Os meses preso na Arca contribuíram negativamente para a minha condição física. Na verdade, não imaginei que fosse voltar a correr quando fui jogado para dentro daquela solitária.

Já começava a ofegar de cansaço, quando a garota interrompeu a corrida. Parecia ter encontrado algo no chão da floresta. Sem cerimônia, começou a cuspir ordens a todos. Tratei de ajudá-la com o que ela havia encontrado no chão. Depois de afastar os galhos, a terra e as pedras, o enorme alçapão de concreto surgiu. Foi preciso três pessoas e bastante força para que conseguíssemos abrir a passagem.

— Kalista, está se aproximando — avisaram no exato instante em que o portão se abriu para nós.

Nada de sol ou luz para iluminar o local. Estava completamente abandonado, obviamente, mas a escuridão que nos envolvia me fez recuar por um breve instante. Não demorou até que um dos jovens encontrasse algo para iluminar o espaço. Ainda respirava pesadamente. O ar naquele local parecia mais impuro e denso. Nada disso importou, quando pude ouvir o som dos passos sobre nós.

— Quatro patas? — a voz sussurrante da garota chamou atenção. — Um cavalo...

O som abafado dos cascos sobre o teto serviu de trilha sonora para o que se seguiu. Começamos a vasculhar o bunker em busca de qualquer coisa que pudesse nos ajudar. O lugar parecia bastante preparado. Não havia armamento, mas era equipado com livros, cobertores, lanternas... Um refúgio contra a radiação, certamente. No entanto, não havia ninguém ali. As pessoas, a quem aquele esconderijo pertencia, jamais alcançaram o local, provavelmente. Quantas vidas foram perdidas há 97 anos?

Entre os vários itens que se acumulavam por ali, finalmente encontrei algo que realmente poderia servir. Algumas poucas garrafas de whisky se acumulavam num canto um tanto escondido. Algumas pareciam mais vazias do que as outras. Escolhi a mais cheia delas, antes de pegar um dos cobertores e rasgar um pedaço do tecido. Embebi o tecido em álcool e coloquei o pedaço de pano preso ao gargalo, como uma espécie de pavio. Coquetel Molotov, como era chamado. Um trabalho bastante amador, o que eu havia realizado, mas talvez servisse em um momento futuro.

Depois de pegar uma mochila, guardei alguns mantimentos que poderiam ser úteis no caminho até Mount Wheater. Cordas, lanternas e um cobertor, principalmente. Pouca coisa ali parecia ser útil. No compartimento lateral, destinado a garrafas de água, guardei o coquetel, junto a uma caixa de fósforos.

Os sons já haviam cessado, quando decidimos deixar o bunker. Voltar a respirar ar puro foi um alívio para mim. Kalista começou a dar ordens outra vez. Algo sobre nós, os rastreadores. Mas o cenário em que nos encontrávamos tomou toda a minha atenção. No chão, misturado à terra e às folhas secas, um líquido viscoso se espalhava. Iluminado pela luz do sol, o líquido parecia brilhar no tom mais bonito de vermelho. Eu avisei que era apenas uma questão de tempo.

— Ei, quando a gente chegou aquela árvore estava daquele jeito? — pude ouvir quando a garota interrompeu a líder. De repente, compreendi o que a voz em minha mente tentava explicar.

— Esse sangue também não estava aqui. — comentei, junto à garota.

— Nem aquele braço.

As palavras me soaram estranhas, pois todos os outros haviam ficado no acampamento. Como um braço poderia ter chegado a essa parte na floresta? Era o que eu me questionava, quando fomos interrompidos por um problema maior. Os grunhidos do animal nos alertaram sobre sua aproximação. Por trás, um enorme javali azul se aproximava. Presas afiadas apontavam em nossa direção. Ao mesmo tempo, outra criatura surgiu entre a vegetação. Parecia impossível, mas a segunda criatura se tratava de um humano. Eles foram dizimados pela radiação, não é?

— Três a três! — Kalista berrou, avançando contra o humano.

Resolvi apontar o que padeço de madeira que segurava contra o javali azul. O animal parecia examinar a situação, pronto para cravar as presas no primeiro idiota à sua frente. Sem perder tempo, executei a primeira ideia que me veio à cabeça.

— Mantenham o bicho ocupado — falei aos dois que também decidiram atacar o javali.

Logo em seguida, peguei a garrafa de álcool presa à lateral da mochila, assim como a pequena caixa de fósforos.  Acendi um dos palitos o mais rápido que pude e ateei fogo ao pedaço de pano preso ao gargalo.

— Afastem-se! — foi o aviso final, antes de lançar o coquetel contra o javali.



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