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{HUNTED} Turcky's Hunt

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Mensagem por Fred K. Morssen Sáb Dez 06, 2014 4:07 pm

TURCKY'S HUNT

NOTES

Hunted do personagem: Fred K. Morssen


- Vamos lá, então. - Mais uma vez, rasteadores faziam o seu trabalho e desapareciam. Foram avistados, pela primeira vez, perus. O seu som é invulgar, e um dos rasteadores do acampamento conseguiu ouvi-lo enquanto seguia o rasto de um animal de pequeno porte. Se conseguíssemos pelo menos três perus em condições, as refeições seriam muito mais cheias do que era habitual. Em duas semanas, tinha-mos regularizado o local. O pensamento atormentava os caçadores: havia ainda poucos animais saudáveis no planeta Terra - tinha-mos visto um coelho com quatro orelhas à cinco dias atrás -, por tanto teríamos que nos esforçar para deixar-mos alguns. A última coisa que queríamos era levar algo à extinção, ainda por cima se não tiver radiação.  Ocupamos a manha a observar os mapas; para lá do Rio da Serpente era perigoso demais para haver uma busca funda. O perigo de passar o rio não justificava o alimento, que poderia ser escasso.
Deste modo, deixava-mos vários animais comestíveis viver para que se pudessem reproduzir. Havia uma pequena comunidade de porcos selvagens nas redondezas, e um dos caçadores propôs a sua caça. Nós teríamos carne pelo menos durante três meses, no entanto, não iríamos possuir mais uma fonte de alimento, arriscaríamos a nossa sobrevivência. Possuir uma nova fonte de alimento perto do acampamento, uma colónia de perus selvagens, era um privilégio bastante grande.

Não demorou muito para delimitar-mos o caminho, e antes do almoço eu e um grupo de três caçadores partiu pelas orlas florestais em busca dos tão esperados perus. As nossas armas eram rudimentares, mas estavam limpas. Uma lança, um pequeno facão de caça. Coisas simples e, no entanto, úteis. O facão ajudaria a preservar a comida, a retirar o que necessitaria-mos. A lança era perfeita para uma caça à distância, apesar de se ter apenas uma tentativa.

- Prontos para entrar na floresta, hum? Lembrem-se de reduzir as quantidades de caça. - Afirmou um dos caçadores, enquanto encaminhava-se para o interior da vegetação. - Isto servirá para reconhecimento, nós nem sabemos se os perus são verdadeiramente comestíveis. Ou se chegam mesmo a existir. - Afirmei, em contra partida. Nada nos garantia que os perus estariam em saúde, prontos para comer.

O gramado verdejante, mas seco, não ajudava. Ser furtivo necessitava de calma e paciência. cada passo que um grupo de quatro pessoas dava, podia tornar-se audível. O nível de adrenalina no nosso corpo aumentava a temperatura. Caçadores experientes nunca deixariam que isso afectasse a sua caçada. No entanto, não baixá-mos a guarda. Eles estavam por ali, segundo as informações dadas. Só tínhamos de encontrá-los. Percorremos pelo menos uns sete metros até encontrar-mos alguma pista dos tão esperados animais. Algumas penas, cinza e brancas, deixadas perto de arbustos. Mas havia irregularidades. Teriam sido arrancadas? Observava as penas atentamente, até o barulho se prolongar. Eram perus. O seu "glu-glu-glu" típico sobrepunha-se a qualquer coisa. - Vamos despachar isto. - Deixei cair a pena, apertei a lança e comecei a correr.

O matagal à nossa frente, separando-nos dos perus era prolongado. Mas não foi caso de discórdia. Éramos quatro caçadores, e havia dois caminhos a escolher. Encurralava-mos alguns perus, deixava-mos outros fugir. Conseguiria-mos no mínimo dois perus, por sinal. Divido o grupo, tomando rotas diferentes, arrastei as minhas pernas numa correria suave pela floresta. Escapava aos troncos de árvores com agilidade, pulei alguns arbustos e subi algumas encostas acompanhado por outro caçador que realizava as tarefas sem dificuldade. - Estamos quase lá. - Avistei as aves em cima de uma pequena pedra; agora era só descer para norte. No entanto, algo me chamou à atenção. O sol reflectia-se delicadamente no metal. - Podes ir ajudá-los com os perus? Estão de boa saúde, hein. - Perguntei para o acompanhante. - Eu vou ver o que é aquela coisa ali que brilha. - Apontei, avistando novamente o brilho incandescente.

O garoto fora novamente a correr em direção aos perus. Eu, prossegui em frente no caminho. Não estávamos assim tão afastados, mas nenhum rasteador tinha dito algo sobre aquela construção. Seria uma simples construção vulgar que sobreviveu às explosões? Lancei-me para os arbustos e prossegui o caminho, tendo a sensação que descia lentamente para o inferno.

Um Bunker, escondido dentro da terra, numa colina suave. Não fora difícil alcançá-lo. Dirijo-me na sua direção mas, antes de conseguir chegar à sua porta, ouço barulho em vários arbustos. Elevo a lança para cima, apertando-a. O que quer que fosse podia ser perigoso. Eu poderia morrer, de qualquer das formas. Acabar como uma carcaça a um animal mutante não era lá grande coisa. Finalmente, o motivo do barulho mostrou-se: um coelho de duas orelhas. Gargalhei com a ironia da situação e baixei a arma, enquanto o animal felpudo voltava a esconder-se entre os arbustos. Havia pelo menos um coelho saudável. Não era mau de todo.

Avalio o bunker até visionar a sua entrada. Estava trancado, com um cadeado enferrujado. Se eu fizesse a força certa, o cadeado podia quebrar-se. Coloco a lança na ranhura da porta e faço uma força contrária à do cadeado. Ouço o metal enferrujado a romper-se. O cadeado quebra, lançando-se em pedaços para o chão, a porta abre-se e para até certa altura. O cheiro a mofo e a podridade atinge-me as narinhas. - Deixaram ovos aqui por cem anos? Eish. - O cheiro era enjoativo e degradado, mas não havia sinais de comida estragada naquele bunker. Era um bunker militar, reconhecia aquele símbolo em qualquer lado: um mundo e uma águia no topo.

Ganhei coragem para entrar no bunker. O oxigénio entrava, agora, no seu interior e limpava o ar. Não havia luz, mas sim papeis, processos de pessoas e fotografias. Mais à frente, um aparelho que não destingia com vários botões, aparentemente desligado. Aquilo tinha sido um abrigo de alguém, há muito tempo; via-se a presença humana: fotografias de pessoas, um mapa, o tal objeto não identificável - parecia ser um rádio estragado. No interior do bunker, parecia haver uma secção de cozinha. Havia uma torneira, com uma pistola - ou o que aparentava ser - no seu interior. Estava degradada, sem uso, e pobre. Não serviria de nada. A água que caia lentamente sobre a pistola tinha arrancado a sua pintura preta. Ao lado do lavatório, encontrava-se um objeto oval: uma aljava com algumas flechas. - Sorte seria encontrar o arco. - Disse, agarrando na aljava. Contei cinco, apesar de uma não ter cabo. Poderia levá-las para o acampamento, eles poderiam produzir mais se tivessem um modelo. Até eu, com uma faca, poderia produzir uma flecha a partir de um ramo de árvore. No entanto, não seriam tão potentes como aquelas seriam. Coloquei a aljava às costas, limpando o pó do seu interior. Se haviam flechas, haveria um arco algures. Lancei-me numa busca, que me tomou cinco minutos até desistir. Os outros caçadores esperavam por mim. Arrastei-me até à porta, portando as flechas nos ombros até reparar na arma que se encontrava à porta. Um arco, não o melhor de todos. Madeira envernizada. Desta forma não tinha apodrecido. Poderia mudar a corda quando chegasse ao acampamento, e ficaria como novo. Eu sabia. As coisas poderiam mudar para melhor, mais tarde ou mais cedo.

Ao sair do bunker com a coletania de objetos, deparei-me com os caçadores. Traziam dois perus pelas mãos, estes mortos, enquanto destruíam a moita. - Por onde é que andaste, hum? O que é isso? Um bunker! - Um dos caçadores parecia tão animado como eu ao encontrar o local. - Encontrei um arco e cinco flechas, uma delas está partida. Podemos usar as flechas e produzir mais como molde, mas não serão tão boas, fortes e resistentes. O arco precisa de uma corda nova, mas há cordas e fios nos mantimentos, então podemos usá-lo. - Afirmei, fechando a porta do bunker atrás de mim. - Querem ajuda para levar os perus? - Questionei, colocando o arco em volta do tronco, esforçando-me para não dar uma gargalhada. Um dos perus ainda se mexia, era hilaria a reacção de quem o transportava. - Nós queríamos era ajuda para os caçar, mas a madame tinha que ir explorar. Vamos lá antes que mandem alguém à nossa procura. - Respondeu um dos caçadores, com um sorriso irónico, arrastando a ave morta - ou quase morta - pelo matagal a cima.
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Fred K. Morssen
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