{A Arca} Nasci em 17 de novembro de 2215. Não sei explicar muito bem, mas acho que nunca senti como se pertencesse àquele lugar. A situação piorou depois da morte de minha mãe, mas por sorte sempre tive meu pai ao meu lado.

{Uma lembrança agradável} Joshua Fairwell sempre foi um médico respeitado na Arca. Sempre fui uma garota comportada, não só para manter limpo o nome da família, mas porque queria ser como ele. Adorava os dias em que ele me mostrava seus livros de medicina, quando me ensinava os procedimentos, as doenças e como combatê-las... Estou certa de que aprendi mais com ele do que jamais aprenderia com outra pessoa. Não tive chance de trabalhar na ala médica da nave, mas se eu não tivesse cometido algum erro, acredito que estaria na equipe.

{O cirme} Foi um acidente. É o que repito várias e várias vezes em minha mente. Já não sei se isso é bom para minha sanidade, mas preciso continuar acreditando nisso. Naquele dia, tive medo, por isso fiz o que fiz. Após terem me encontrado, senti olhares desdenhosos durante cada segundo. Não só dirigidos a mim, mas a meu pai. Nunca tive a chance de me explicar, nunca pude contar meu lado da história, por isso me pergunto se ele ainda acredita em mim, o que não é fácil. Especialmente quando se encontra um corpo no chão e uma garota com sangue nas mãos.

{A prisão} Muitas pessoas disseram que eu tive sorte por ser menor de idade quando fui presa, entretanto, perdi a conta de quantas vezes desejei ter 18.

{A ida à Terra} No começo, assim como todos, acreditei que era uma missão suicida. Não me lembro muito da viagem na nave. Sei que fiquei assustada, temi por minha vida, e então alguém segurou minha mão e disse que ficaria tudo bem. Não sei quem foi, mas mesmo estando de olhos fechados, pude ver que ali eu teria um novo começo.